Fatos mais recentes no setor de pagamentos indicam uma recuperação gradual de tendências para a Cielo (CIEL3), afirma o Safra. O banco diz que ajustes de preço no segmento de grandes contas parecem estar mais balanceados, reduzindo o risco de uma saída relevante de clientes da base da companhia no quarto trimestre.
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“Nos primeiros nove meses do ano, a Cielo viu um ambiente de mercado desafiador, aliado à inflação muito baixa, preços agressivos em grandes contas e um crescimento real baixo no consumo e na economia”, escreve o analista Daniel Vaz, em relatório enviado a clientes.
O texto faz um relato de conferência entre o banco, o chefe de Relações com Investidores da credenciadora, Daniel Diniz, e o gerente de RI, Luiz Perez. De acordo com o Safra, no segmento de pequenas e médias empresas, em que o desempenho da Cielo neste ano foi fraco, Diniz vê o potencial de melhoria nos números diante dos recentes reforços na equipe comercial e em processos de venda e retenção.
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“Apesar dos desafios relacionados aos custos da expansão comercial, a companhia entende estar investindo para o longo prazo, em busca de um maior valor dos clientes da ponta alta do segmento”, escreve Vaz.
Segundo ele, a Cielo já contratou 400 dos mil agentes comerciais que planejou contratar, e deve terminar mais uma “onda” com 300 agentes até o fim do primeiro trimestre de 2024. As possíveis contratações dos outros 300 estão sob análise. Se todas as vagas forem abertas, o custo anual deve ser de R$ 180 milhões.
O Safra relata ainda que a credenciadora destacou melhoria no relacionamento com os bancos controladores, Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), que também são importantes canais de venda e relacionamento com os clientes.
Outro assunto da reunião foi o potencial dos produtos de antecipação de recebíveis, em especial a antecipação automática, chamada de Receba Rápido pela Cielo. De acordo com Vaz, a companhia informou que cerca de 60% dos novos clientes que entram através de canais próprios utilizam o produto, e a ideia é aumentar essa participação tanto nos canais próprios quanto nos bancos.
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“Diniz reconheceu a atual racionalidade do setor, e disse que acredita que este momento pode se estender, dado que é a primeira vez que grandes competidores podem gerar caixa positivo e, potencialmente, retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) acima do custo de capital”, diz ele. Segundo o analista, a Cielo não tem apetite para aquisições “irracionais”, e eventuais decisões serão tomadas de acordo com oportunidades e ofertas complementares.