O Citi avalia que ainda é cedo para ver um ponto de inflexão (mudança de direção) para o Bradesco (BBDC4), após o segundo trimestre de 2023 do banco apontar uma receita líquida de juros (NII) ainda pressionada e uma formação de créditos não performados (NPL) ainda elevada.
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Os dois fatores “devem continuar adiando tal recuperação, levando a uma melhoria limitada nos resultados nos próximos trimestres, fornecendo risco negativo para as estimativas de consenso de 2023 e 2024”, escrevem Rafael Frade, Brian Flores, Jose Luis Cuenca, e Gabriel Gusan, em relatório enviado a clientes.
Os analistas destacam que, embora acreditem que as expectativas já eram baixas para os resultados do segundo trimestre do Bradesco, esperava-se que os números trouxessem alguns indícios de melhorias sequenciais nos próximos trimestres, levando a níveis de retorno sobre patrimônio líquido (ROE) mais normalizados até 2024.
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O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 4,5 bilhões no segundo trimestre de 2023, 5% acima do esperado pelo Citi e em linha com o consenso do mercado, ajudado por uma alíquota de impostos baixa (8%, com EBT 9% abaixo da estimativa do Citi).
“NII e taxas mais fracas, além de maiores despesas com provisões, explicam a maior parte das perdas, um pouco ajudadas por resultados de seguros mais fortes (aparentemente impulsionados por reversões de provisões). A formação de NPL continua em um nível muito alto (em linha com o primeiro trimestre de 2023), levantando a questão de se o pico da inadimplência ficou para trás”, destacam Frade, Flores, Cuenca e Gusan.
O Citi também comenta que o Bradesco revisou guidance, principalmente sobre NII, que deve crescer na faixa entre 2% e 6% (ante 7-11%) e “de certa forma compensada pelo crescimento mais alto dos resultados de seguros de 21-25% (ante 6-10%), enquanto as taxas e custos de risco não foram revistos, mas ainda estão mais fracos que o guidance”.
O Citi reitera recomendação neutra/alto risco para os papéis preferenciais do Bradesco, com preço-alvo de R$ 15,20 representando uma potencial desvalorização de 8,8% sobre o fechamento de quinta-feira, 3.
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