O Iguatemi apresentou números positivos no quarto trimestre de 2021, avalia o Citi, com demonstrativo de lucros e perdas (P&L) impulsionado por maior linearização, mas também por aluguéis. A empresa abriu pela primeira vez o P&L de sua divisão de e-commerce e varejo, que atingiu 15% do faturamento total no período, um ramp-up mais rápido do que se imaginava, na visão dos analistas Andre Mazini e Renata Cabral.
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“Vemos como natural que as operações de rápido crescimento e habilitadas para tecnologia apresentem margens negativas durante a fase de alto crescimento. A Uber, por exemplo, só teve Ebitda positivo com dez anos de operação (embora não esperemos que a divisão da Iguatemi demore tanto)”, escrevem em relatório.
Entre os destaques, a companhia informou que as vendas de janeiro e fevereiro foram equivalentes a 106% e 115% de 2019, respectivamente, enquanto as do quarto trimestre foram de 111,8%. O aluguel nas mesmas lojas (SSR) acelerou em fevereiro, atingindo 42% em relação a 2019. O SSR do 4tri21 (pós-descontos) foi de 28% em relação a 2019, indicando descontos ainda no trimestre, pois o IGP estava em torno de 40%. Para o Citi, isso se enquadra nos R$ 60,6 milhões em linearização positiva.
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“É importante ressaltar que vemos o aumento do SSR de 28% no 4tri21 para 42% em fevereiro como indicação de redução gradual do desconto. O custo de ocupação do Iguatemi foi de 11,3% ante 12,7% para a Multiplan de mesmo nível, no entanto, talvez contra-intuitivamente, a taxa de ocupação da Multiplan é maior em 95,3% ante 92% para o Iguatemi (como seria de esperar um trade-off entre o custo de ocupação e a taxa de ocupação)”, aponta o banco.
O Citi reiterou a recomendação de compra da unit do Iguatemi com preço-alvo de R$ 28, implicando em potencial de alta de 59,4% ante o fechamento de ontem. A ação é negociada a 12,4 vezes o múltiplo P/FFO para 2022, ante 13,8 vezes da média do setor.
“A ação ficou para trás do principal par Multiplan após a reorganização corporativa, pois sua base de acionistas mudou com os investidores estrangeiros sendo vendedores líquidos. Acreditamos que os shoppings de alta renda devem se recuperar mais rapidamente do que os de baixa renda, já que a alta inflação atual está concentrada em alimentos e bens, que são mais representativos na cesta de consumo de baixa renda”, concluem os analistas.