O Citi fez alterações importantes em sua carteira recomendada para o próximo mês. O banco informou que removeu os papéis da Vale (VALE3), Weg (WEGE3), Prio (PRIO3) e Suzano (SUZB3) de seu portfólio, assim como as ações do BTG Pactual (BPAC11), B3 (B3SA3) e Eletrobras (ELET3).
Para Vale, o banco acredita que à medida que o período de suporte sazonal para os preços do minério de ferro (o primeiro trimestre) fica mais distante, a commodity pode sofrer com as tarifas impostas à economia chinesa. O Citi destaca que o preço do minério de ferro deve chegar a US$ 90 toneladas no segundo semestre no mercado internacional.
Já para Weg, a justificativa da retirada é a falta de catalisadores de curto prazo para a ação após um resultado fraco no primeiro trimestre. “Os investidores parecem estar em modo de espera sobre nomes de bens de capital dadas as incertezas tarifárias”, informou o Citi. “Em Prio, não prevemos impulsionadores de curto prazo para o papel após a aquisição do Peregrino enquanto estamos céticos sobre um possível rebote no preço do petróleo”, ressalta o banco.
Segundo o Citi, no caso da Eletrobras, a remoção ocorre após resultados fracos no primeiro trimestre. Embora a empresa já tenha pivotado sua estratégia e reduzido sua posição vendida em energia, o banco acredita que a ação precisará de mais tempo para subir ou até que haja mais clareza sobre sua exposição real à volatilidade dos preços.
O banco diz ainda estar encerrando sua chamada para BTG dado o forte desempenho do banco nos últimos meses. “Acreditamos que o preço atual já reflete possíveis melhorias tanto no ambiente de juros quanto no de mercados de capitais no Brasil”. Em B3, o Citi afirma realizar lucros após o forte desempenho das ações no ano até o momento de 43%, contra +15% do Ibovespa.
Já para a Suzano, o banco esclarece que removeu a ação de suas recomendações devido à falta de catalisadores de curto prazo com o recente fortalecimento do real e a esperada queda nos preços da celulose.
Com as mudanças, o banco aumentou sua exposição em ações cíclicas em seu portfólio. Segundo o Citi, para junho, os papéis da Stone e XP, com 5% de peso cada, foram incluídos em seu portfólio em razão do momento positivo para as companhias, entre elas a possível fusão da Stone com a Linx e bons resultados do primeiro trimestre deste ano para XP.
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“Em Orizon, que terá 5% de peso, a empresa concluiu com sucesso um aumento de capital e teve um parceiro institucional respeitado juntando-se como acionista de referência. Com a injeção de caixa, a alavancagem agora está em níveis mais confortáveis, o que desbloqueia espaço para a empresa buscar novas oportunidades de crescimento”, diz o Citi.
Outra ação que entrou para a carteira recomendada do Citi para junho foi a Hapvida (HAPV3), também com 5% de peso. Para o banco, ainda há possibilidade de “redução de riscos”, já que a consistência na execução de margem/fluxo de caixa deve ajudar a reduzir a incerteza em torno das estimativas de ganhos e permitir que a ação reavalie gradualmente seu valuation descontado atual.
“Também estamos adicionando Ecorodovias (ECOR3), de 5% de peso, para capturar uma beta mais alta em relação às taxas de juros com a empresa menos exposta à atividade econômica à frente”, informou o Citi.
Além das exclusões e inclusões no portfólio, o banco alterou o peso de alguns papéis de sua carteira. A exposição em Bradesco (BBDC4) passou de 5% para 10%, pois os resultados do primeiro trimestre podem estimular revisões ascendentes de ganhos tanto de analistas de venda quanto de compra, ressaltou a casa. “Nossa recomendação neutra e perspectiva permanecem inalteradas.”
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Em Vivara (VIVA3), o Citi elevou a sua exposição de 5% para 10% na carteira, pois o banco decidiu aumentar a sua carteira em nomes domésticos, “além de nossa confiança de que a empresa agora tem uma das assimetrias atrativas (em termos de valuation/tese) em nossa cobertura de varejo no Brasil”, diz.
O banco aumentou ainda a exposição para Klabin (KLBN11) de 5% para 10% na carteira de junho, com a perspectiva mais positiva no mercado doméstico para o setor de papel e embalagem e menos exposta à polpa de madeira dura e dólar.