O Citi acredita que o Nubank (ROXO34) deve andar na contramão do Sistema Financeiro Nacional (SFN) neste ano em relação à qualidade do crédito. Enquanto a inadimplência deve cair no País, os números da fintech não devem melhorar no curto prazo. Embora a administração do Nubank tenha dado essa sinalização na última divulgação de resultado, o banco acredita que os dados podem surpreender negativamente aos investidores mais otimistas.
Leia também
“Embora o alto múltiplo dos papéis possa continuar a ter o suporte das perspectivas de aceleração no México, acreditamos que o custo de risco ainda alto pode surpreender negativamente a alguns investidores mais otimistas, o que reforça nossa recomendação neutra”, afirma o analista Rafael Frade, em relatório enviado a clientes. O preço-alvo, porém, subiu de US$ 9 para US$ 11,60, 4,1% acima do fechamento de ontem.
O Nubank tem afirmado que deve manter o alto crescimento da carteira ao longo deste ano, e que os índices de inadimplência podem subir como consequência dessa estratégia. Ao Broadcast, o diretor financeiro da fintech, Guilherme Lago, afirmou no final de fevereiro que o Nubank toma como base um cenário pessimista para o crédito no País.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Frade afirma, no relatório, que os números de inadimplência no sistema financeiro começaram a subir no final de 2021, o que fez os bancos restringirem as concessões ao longo de 2022 e em 2023. Ainda assim, a inadimplência só chegou ao seu pico na metade do ano passado.
Neste período, enquanto os grandes bancos pisavam no freio, o Nubank manteve o ritmo de concessão. O analista do Citi afirma que números como o da participação da carteira renegociada sobre a carteira total mostram sinais de piora. “Esperamos que essa deterioração continue nos próximos trimestres, limitando uma melhoria no custo de risco.”