

A estratégia de crédito do Bradesco (BBDC4) traz um dilema ao banco nos próximos trimestres, na avaliação do Citi. Ao buscar uma carteira de crédito com menor risco, o banco se vê diante de margens com clientes mais suaves em um período de menor contribuição da tesouraria, afirma a casa.
“Pelo lado negativo, a redução de riscos do Bradesco trouxe um dilema: as receitas com margens de clientes estão mais suaves enquanto em que a margem com mercado e os custos pressionam os lucros”, afirma a equipe liderada pelo analista Gustavo Schroden, em relatório enviado a clientes.
Essa percepção levou o Citi a reiterar a recomendação neutra para as ações, com uma perspectiva de “risco alto”. Segundo o banco, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) deve se manter abaixo do custo de capital nos próximos trimestres, colocando os holofotes sobre a posição de capital.
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“Tanto o capital principal quando a cobertura de liquidez do Bradesco estão em uma tendência de baixa. O banco permanece confiante em sua capacidade de gerar capital organicamente ou em obtê-lo por subsidiárias se necessário”, diz o Citi. A manutenção da distribuição de resultados aos acionistas, porém, é um fator de potencial pressão, segundo a casa.
Com isso, o mercado deve ter uma “paciência menor” com o potencial de retomada de resultados do Bradesco, segundo os profissionais. O banco tem sinalizado que a alta da rentabilidade será gradual e sem grandes sobressaltos, por conciliar a busca por boas margens ajustadas ao risco com investimentos em tecnologia e reestruturação que ainda devem pesar sobre as despesas.
Pelo lado positivo, afirma Schroden, o mix mais conservador de carteira reduz a exposição do banco, pesando menos sobre o custo de crédito. Porém, ele afirma que os benefícios podem já ter sido apropriados.
“Embora o esforço na melhora do mix e a qualidade dos ativos esteja trazendo resultados, vemos os frutos mais fáceis majoritariamente colhidos.”
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O Citi tem preço-alvo de R$ 13,60 para as ações preferenciais do Bradesco, um potencial de alta de 9,24% em relação ao fechamento desta quinta-feira (10).