(Maria Regina Silva, Estadão Conteúdo) — Os sinais de que a China seguirá atuante para estimular sua economia, dado o agravamento da covid-19 em partes do país, e a alta do petróleo podem amparar ganhos ao Ibovespa nos negócios desta segunda-feira. Se essa dinâmica persistir ao longo do dia, será a terceira valorização seguida. Na sexta, subiu 0,42%, aos 110.864,24 pontos.
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Contudo, sem Nova York, o índice Bovespa pode ter desempenho fraco e ainda com dificuldade em mirar um norte nesta segunda-feira, diante de preocupações com agravamento da crise energética na Europa. Este quadro eleva o temor de juros mais altos por lá mesmo com novos sinais de desaquecimento.
Além disso, o feriado nos Estados Unidos em comemoração do Dia do Trabalho tende ainda a encurtar a liquidez por aqui que já anda em nível discreto, entre R$ 20 bilhões/R$ 28 bilhões diariamente. Exceção foi sexta, quando alcançou quase R$ 38 bilhões. Ao mesmo tempo, a agenda do dia não deve ter força para conduzir os negócios.
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No entanto, ao longo dos próximos dias haverá divulgações e dados relevantes, como o Livro Bege e discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, na quinta-feira. Neste mesmo dia, o Banco Central Europeu (BCE) decide os juros. Já no seguinte, destaque para o IPCA de agosto, que pode mostrar nova queda na taxa de inflação brasileira.
Ações de peso no Ibovespa como Vale e Petrobras podem ajudar o indicador em alta. Na China, o Banco do Povo do país anunciou nova redução de compulsório bancário, em sua última tentativa de impulsionar a segunda maior economia do mundo. O país sofre os efeitos da pandemia de covid-19 e da onda de calor mais grave a atingir o país em seis décadas. O minério de ferro subiu 3,98% em Dalian, a US$ 99,86 a tonelada.
O petróleo também avança no exterior, acelerando ganhos para perto de 4% após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmar o corte na produção da commodity em 100 mil barris em outubro. Este quadro beneficia o dólar, que cede aquém de R$ 5,20, podendo beneficiar algumas empresas importadoras na B3.
Entretanto, o temor de juros mais elevados e por mais tempo no mundo segue no radar. Agora, isso vem da zona do euro, em meio à crise energética, depois que a estatal russa Gazprom interrompeu o fornecimento de gás ao continente europeu por tempo indeterminado. A empresa alega necessidade de reparos adicionais. O Banco Central Europeu (BCE) decide os juros na quinta-feira.
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Além disso, Powell, do Fed, ficará no centro das atenções no mesmo dia, após o payroll de agosto deixar o cenário de juros indefinido, ainda que indicando aumento da taxa básica.
“Mercados europeus sofrem, S&P [índice futuro de Nova York] de lado e moedas emergentes operam em leve desvalorização. Noticiário local continua morno, mas temperatura pode aumentar com a aproximação do 7 de setembro”, escreve em nota a Terra Investimentos.
Já o Banco Inter ressalta que ficará atento ao IGP-DI e no IPCA do mês passado, que serão divulgados esta semana. “Esperamos nova deflação próxima de 0,4% em agosto, mas vamos analisar com lupa os núcleos e os preços dos serviços. Um dado mais ameno pode consolidar as apostas de manutenção da Selic na próxima reunião do Copom em setembro”, estima em relatório.
Às 9h49, o Ibovespa futuro subia 0,42%, aos 112.825 pontos.
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