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Commodities permitem alta do Ibovespa, após quedas recentes

Alta é limitada pelo ata do Fed e sinais mistos de NY

Commodities permitem alta do Ibovespa, após quedas recentes
Foto: Shutterstock
  • Temor após ata do Fed se junta a preocupações com protestos de servidores por reajustes salariais, gerando paralisação em portos, podendo encarecer o frete, e ao resultado fraco da produção industrial em novembro.
  • O Ibovespa busca recuperação, principalmente com a ajuda das commodities. O petróleo sobe entre 2,21% (EUA) e 1,78% (Londres), na esteira do agravamento dos protestos no Cazaquistão, que ameaçam reduzir a oferta global da commodity energética. Já o minério de ferro fechou em alta de 2,15%, no porto chinês de Qingdao, a US$ 127,58 a tonelada.

São Paulo, 6/1/2022 – Impulsionado em boa medida pela alta das commodities (petróleo e minério de ferro), o Ibovespa sobe, tentando reaver parte da queda de 2,42% (101.005,64 pontos) da véspera. No entanto, ainda ecoa a ata dura do Fed da véspera, além de ruídos internos, o que limita a alta do índice Bovespa.

As bolsas europeias têm queda firme, reagindo à ata do Fed divulgada ontem às 16 horas, quando o mercado da Europa já estava fechado. Já os índices futuros das bolsas de Nova York têm sinais variados, com predominância positiva. Por lá, investidores ainda avaliam os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, que subiram 7 mil, a 207 mil, ante previsão de 195 mil, além do déficit comercial de novembro, de US$ 80,2 bilhões, ante projeção de US$ 81,5 bilhões.

“Essa alta Ibovespa é mais por conta do patamar que chegou nos últimos dias, com o índice encostando nos 100 mil pontos ontem foi a 100.849,56 pontos. É um suporte técnico muito importante. Se mantiver em alta, pode testar máximas e avançar. Porém, a resistência está na casa dos 109 mil e ainda está longe de alcançar esta marca”, avalia Danilo Batara, sócio fundador e head da mesa de operações da Delta Flow Investimentos.

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Ontem, o Ibovespa seguiu Nova York, fechando em baixa, depois de ter descido para a temida marca dos 100 mil pontos ao longo do dia. O desempenho refletiu a ata com tom duro do Fed, indicando aumento antecipado dos juros e de forma mais rápida. Este temor ainda ecoa nos mercados e se junta a preocupações com protestos de servidores por reajustes salariais, que estão ganhando força no País, gerando paralisação em portos, podendo encarecer o frete, e com o resultado fraco da produção industrial em novembro.

No entanto, o índice busca recuperação, principalmente com a ajuda das commodities. O petróleo sobe entre 2,21% (EUA) e 1,78% (Londres), na esteira do agravamento dos protestos no Cazaquistão, que ameaçam reduzir a oferta global da commodity energética. Já o minério de ferro fechou em alta de 2,15%, no porto chinês de Qingdao, a US$ 127,58 a tonelada.

“No Brasil, os ativos são afetados pelas mudanças globais, em um contexto doméstico já marcado pela cautela. Mobilizações do funcionalismo ficam no radar, assim como a agenda de indicadores do dia. O IGP-DI veio forte alta de 1,25% em dezembro, ante -0,58% em dezembro, mas abaixo do esperado mediana de alta de 1,54%”, descreve em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Como lembra Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico, em relatório, o movimento dos juros nos EUA tem impacto direto no mercado brasileiro, de forma a reduzir o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes. “O banco central americano também surpreendeu ao considerar subir os juros antes do que o previsto e a probabilidade precificada pelo mercado da subida ocorrer em março passou de 63% para 81%”, cita.

Após a ata, a equipe de estratégia global da XP passou a estimar três aumentos da taxa de juros no ano (antes eram dois), sendo a primeira em março (antes era junho). O título de 10 anos, referência para a taxa de juros de longo prazo do mundo todo, continua em alta nesta manhã e já subiu 22 pontos-base apenas nessa primeira semana do ano, menciona Paula.

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Ontem, na mínima, o Ibovespa marcou 100.849,56 pontos, com recuo de 2,57%, mas fechou aos 101.005,64 pontos (-2,42%). O temor no mercado é que o indicador desça mais, dado que o cenário, por ora, não parece prospectivo, a começar pelo interno.

“Servidores públicos pressionando para reajuste salarial pesa nos ativos de risco, e ainda estamos em ano eleitoral, o que vai influenciar. É uma balança que tende a fazer preço tanto para cima quanto para baixo”, avalia Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. Conforme a analista, se for para 100 mil pontos, pode ir além, a 99 mil pontos. “Se perder os 100 mil pontos, pode acelerar ainda mais para baixo. Não vejo volume suficiente para ir ver o índice acima de 110 mil pontos ponto de referência para cima”, diz.

Além de incertezas fiscais, há dúvidas com o ritmo de crescimento econômico mundial e interno. Em meio ao avanço da covid-19 no Brasil, várias cidades seguem cancelando o carnaval e empresas aéreas já relatam que estão afastando tripulantes por causa da doença e com voos sendo afetados.

Neste ambiente, a queda da produção industrial de novembro em nada ajuda. O recuo de 0,2% na produção da indústria naquele mês ante outubro fez o setor acumular uma perda de 4,0% em seis meses de recuos consecutivos, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, um alento surge, após a Fenabrave informar que as venda de veículos novos somaram 2,12 milhões de unidades e subiram 3% em 2021.

Às 10h53, o Ibovespa subia 0,43%, aos 101.443,79 pontos, após máxima diária aos 101.604,46 pontos (alta de 0,59%), depois de iniciar o pregão aos 101.005,80 pontos.

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