A seca atípica que afeta o trânsito de navios no Canal do Panamá e os ataques a navios no Canal de Suez terão impacto residual na Santos Brasil (STBP3), aponta relatório do BTG Pactual (BPAC11). O banco afirmou que segue estimando um crescimento entre 3% e 4% no volume de contêineres movimentados.
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“Os problemas nos canais não deve ter impacto significativo nos volumes da Santos Brasil, além de serem temporários”, afirmam os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.
Seca no Panamá
O canal do Panamá vem enfrentando uma seca, que reduziu o nível da água e levou a limitação no número de navios autorizados a cruzar o trecho. O canal está na rota de transporte de cargas entre o Oceano Pacífico e o Oceano Índico. No caso do Brasil, o problema afeta as entregas destinadas a Manaus, ao Nordeste e a parte do Sudeste.
A Santos Brasil pode se beneficiar do fato de empresas estarem substituindo a rota do Canal do Panamá pela rota do Cabo da Boa Esperança. Com isso, cargas destinadas ao Norte e Nordeste devem passar a ser destinadas para o Porto de Santos, aumentando, inclusive a demanda de serviços de cabotagem. “Esse volume adicional, no entanto, deve ser apenas temporário”, avaliam Marquiori e Recchia.
Conflito em Suez
O canal de Suez tem queda no fluxo de navios com a continuidade dos ataques de grupos Houthi a embarcações no Mar Vermelho. O problema não afeta de maneira direta a Santos Brasil, pois a maior parte do transporte marítimo de produtos entre América do Sul e Ásia não passa pelo canal de Suez. Há, no entanto, um efeito indireto de aumento global no custo do frete, impactando o mercados de exportações e importações que saem do Porto de Santos.
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Para os especialistas do BTG Pactual, o cenário regulatório do setor portuário é o fator mais relevante para a Santos Brasil. “Até o momento os desdobramentos tem sido favoráveis à empresa”, dizem Marquiori e Recchia. O relatório cita entre as decisões positivas para a Santos Brasil a renovação da concessão da Brasil Terminal Portuário (BTP) e a decisão da Autoridade Portuária de Santos (SPA) de não realizar o leilão do terminal de contêineres STSS10.
A recomendação do BTG Pactual para os papéis da Santos Brasil é de compra. O preço-alvo da ação é de R$ 13, uma valorização de 35,7%, em relação ao valor do fechamento de quinta-feira (18).