A presidente em exercício da Caixa, Danielle Calazans, refutou que o lançamento do consignado do Auxílio Brasil a menos de três semanas do segundo turno tenha motivação eleitoral, assim como nas novidades anunciadas pelo banco na semana passada, sobre a antecipação do benefício social e a campanha de renegociação de dívidas.
“O consignado do Auxílio Brasil foi amplamente debatido no Congresso. As datas não foram definidas por nós”, disse Calazans, ao responder uma pergunta sobre o timing do lançamento da medida. “Não vemos nenhuma questão de fundo eleitoral”, completou.
Na modalidade lançada hoje, a Caixa vai cobrar juros de 3,45% ao mês no empréstimo consignado do Auxílio Brasil, um pouco abaixo do teto definido de 3,50%. A margem consignável, ou seja, o desconto sobre o valor do benefício, é de até 40%, e a parcela mínima mensal é de R$ 15.
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De acordo com o banco público, o Auxílio tem hoje 21,1 milhões de famílias beneficiárias, mas há condições para que o empréstimo seja autorizado. Pode contratar o crédito o responsável familiar pelo benefício, desde que o receba há mais de 90 dias. Além disso, o beneficiário não pode ter deixado de comparecer à convocação do Ministério da Cidadania, caso tenha sido chamado.
A Caixa foi um dos 12 bancos credenciados pelo Ministério da Cidadania para operar a linha de crédito, e o único entre os cinco maiores do País. Os demais têm demonstrado pouco apetite pela operação, considerada de alto risco dado o perfil financeiro dos beneficiários do programa social. Na coletiva, Calazans destacou o papel social do banco e a capacidade de operar a modalidade, considerando que o público-alvo já é cliente da Caixa.
A liberação do crédito ocorre no mesmo dia do início do pagamento do Auxílio Brasil e do Auxílio-Gás referentes a outubro. Esses benefícios foram antecipados este mês. Originalmente, o repasse do Auxílio Brasil seria finalizado no dia 31, mas agora vai acabar dia 25, 5 dias antes do segundo turno.
Essas medidas são parte das apostas do presidente Jair Bolsonaro (PL) para conquistar apoio junto às camadas de menor renda da população, em que tem intenção de voto menor que a do oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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