(Estadão Conteúdo) – O Credit Suisse divulgou hoje relatório no qual avalia que o choque de inflação atual não parece ser temporário, como vem sustentando o Banco Central (BC) em suas comunicações.
Leia também
Apontando a persistência dos altos índices de inflação por período mais prolongado do que o previsto, o banco diz que o BC não deveria se comprometer com uma normalização apenas parcial da política monetária, mantendo, assim, os juros em patamar excepcionalmente baixo.
No relatório, assinado pela economista-chefe Solange Srour e pelo economista Lucas Vilela, o Credit Suisse lembra das expectativas de mercado de inflação acima da meta até o ano que vem ao concluir que o choque inflacionário tem variáveis mais persistentes do que o imaginado anteriormente. Observa também que choques de inflação, mesmo quando temporários, podem causar efeitos defasados nos preços da economia.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Em sua análise, o Credit Suisse nota que os núcleos de inflação, usados em economias desenvolvidas como uma proxy da inflação subjacente, não são um indicador antecedente muito preciso sobre a inflação à frente num país de histórico inflacionário como o Brasil. Assim, o foco nos núcleos pode levar a erros de avaliação. Segundo o banco, é difícil argumentar que o choque de preços é temporário quando a inflação no País fica constantemente acima da meta. Desde o início do sistema de metas inflacionárias, o IPCA ficou em 42% dos anos acima do centro da meta perseguido pelo Banco Central.