BTG traça cenário em que dividendos da Petrobras (PETR3;PETR4) poderiam ser pressionados por crise na Braskem (BRKM5). Foto: Pedro Kirilos/Estadão
A Petrobras (PETR3;PETR4) pode ser impactada pelos problemas financeiros da Braskem (BRKM5), segundo avaliação do BTG Pactual. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (29), o banco destacou que, caso a petroquímica opte por converter dívida em ações, os dividendos da petroleira correm o risco de ser pressionados.
O banco avalia que a empresa está em uma “posição complicada”, com os spreads petroquímicos (diferença de preço dos produtos finais e das matérias-primas) sem sinais de recuperação e o valor de mercado sendo corroído de forma constante pelo aumento das despesas financeiras. Por isso, o BTG não descarta que a companhia realize uma conversão de dívida em ações, ainda mais depois de contratar assessores financeiros e jurídicos, como mostramos aqui.
No cenário-base do banco, 25% da dívida da Braskem seria convertida em ações. Nesse caso, para evitar diluição e manter até 49% de participação na companhia, a Petrobras precisaria realizar um aporte adicional de US$ 1,7 bilhão.
Sob essa estrutura, a alavancagem da Braskem cairia para 2,6x vezes Dívida Líquida/EBITDA (indicador que mede o grau de endividamento de uma empresa) em 2026, contra os 10,59 atuais. De acordo com o BTG, isso criaria espaço para a empresa se beneficiar de uma eventual melhora no ciclo de baixa da indústria petroquímica.
No entanto, a Petrobras teria de continuamente realizar novos aportes para compensar qualquer conversão de dívida da Braskem, o que pesaria diretamente sobre os retornos aos acionistas. Nesse cenário, o banco estima que o dividend yield (rendimento de dividendos) da petroleira seria reduzido em cerca de 0,8 ponto percentual, para 8,2%.
Veja como o DY se comportaria em diferentes realidades:
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Enquanto a Braskem derreteu 5,13% e liderou as perdas do Ibovespa hoje, os papéis da Petrobras também viveram um dia negativo: os ativos ordinários da petroleira (PETR3) recuaram 1,89% e os preferenciais (PETR4), 1,36%