Fachada de loja da CVC, cujas ações caíram mais de 10% após divulgação de resultados. (Foto: Adobe Stock)
Nesta quarta-feira (13), as ações da CVC (CVCB3) registraram forte queda ao longo de todo o pregão, e fecharam em um recuo de 10,78%, cotadas a R$ 2,07 às 17h00, liderando as perdas do Ibovespa, que encerrou as negociações em baixa de 0,89% aos 136.687 pontos. O movimento ocorreu após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025, que trouxeram sinais mistos para investidores.
Em teleconferência com o mercado, o CEO da CVC Corp, Fábio Godinho, avaliou que o setor de varejo – especialmente o de alto tíquete médio e dependente de crédito – vive o ápice de um momento desafiador. Ele afirmou:
Os próximos 12 meses não são muito animadores para o consumo.
Segundo ele, a conjuntura econômica, marcada por juros elevados, impõe obstáculos, mas a empresa tem buscado diversificar suas linhas de atuação para “garantir resultados consistentes”.
Godinho destacou o bom desempenho do segmento B2B e da operação na Argentina, onde as reservas confirmadas cresceram 37% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2024.
O resultado, segundo a companhia, reflete a retomada do mercado e o sucesso da Ola, marca B2B local. “Temos um B2B que vem performando muito forte, assim como os negócios na Argentina”, disse.
Diante do cenário de aperto no crédito, a empresa vem adotando postura mais cautelosa na concessão. “É uma forma de nos protegermos de um aumento da inadimplência, o que é normal com uma taxa de juros a 15%”, explicou o executivo.
Nos números, a CVC registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 15,9 milhões no trimestre, um aumento de 231% sobre as perdas de R$ 4,8 milhões de um ano antes. Apesar disso, no acumulado de 2025, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 800 milhões do primeiro semestre de 2024 e apurou lucro líquido ajustado de R$ 8,1 milhões.
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 92,3 milhões entre abril e junho, alta de 31,3% na comparação anual, com margem de 27%, 3,1 pontos percentuais acima do mesmo período de 2024.
A receita líquida consolidada cresceu 16,3% no ano, para R$ 341,8 milhões, impulsionada pelo aumento do take rate no B2C, embora o avanço mais expressivo tenha vindo de B2B e Argentina.
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As reservas confirmadas somaram R$ 4,08 bilhões, alta de 15,1% na base anual, enquanto as reservas consumidas chegaram a R$ 3,8 bilhões, crescimento de 17,7%. No período, foram abertas 50 novas lojas – 41 no Brasil (75% fora das capitais) e nove na Argentina.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 74,8 milhões, piora de R$ 58,2 milhões frente ao mesmo trimestre do ano passado. A dívida líquida encerrou junho em R$ 399,7 milhões, alta de R$ 41,4 milhões sobre o primeiro trimestre, mas queda de R$ 155,3 milhões na comparação anual. A alavancagem permaneceu em 0,9 vez, abaixo do 1,6 vez de um ano antes.