A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu nesta segunda-feira (9) processo administrativo para investigar as denúncias do Itaú Unibanco (ITUB4) contra o ex-diretor-financeiro (CFO) Alexsandro Broedel e o contador Eliseu Martins.
Leia também
O processo foi aberto na unidade de gerência de acompanhamento de empresas da CVM e vai buscar mais informações a partir de notícias divulgadas pela imprensa ou comunicações por parte de uma empresa aberta, como fato relevante ou comunicado ao mercado.
Esta é a primeira fase de uma investigação do regulador, sem um prazo específico para terminar. Com o processo administrativo, a CVM pode requisitar documentos e acesso ao processo aberto pelo banco contra Broedel, ele que já foi da própria CVM no passado.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
No sábado, fontes já falavam da possibilidade de abertura deste processo, um passo normal do regulador após informações relevantes irem a mercado. “O banco fez as denúncias e agora a CVM vai investigar”, disse um interlocutor.
O Itaú já havia comunicado o Banco Central e a CVM das investigações que fez sobre Broedel e a sociedade que tinha com professor da Universidade de São Paulo (USP) Eliseu Martins, um dos maiores especialistas em contabilidade do Brasil. Tanto Broedel quanto Eliseu Martins negaram as acusações. O ex-CFO classificou as acusações de “infundadas e sem sentido”. Martins ressaltou que os trabalhos prestados ao Itaú durante sua gestão foram de “pareceres técnicos e consultoria”.
Segundo as investigações do banco, Broedel agiu em conflito de interesse ao autorizar a contratação e o pagamento de 40 pareceres contábeis confeccionados por Martins. O ex-CFO é sócio de Martins em uma empresa, mas teria omitido essa sociedade do banco. Em nota, o Itaú afirmou que os valores pagos indevidamente entre 2019 e 2024 somaram R$ 13,3 milhões.
O processo aberto nesta segunda-feira tem o número 19957.020869/2024-85. Um segundo passo da CVM, caso haja alguma conduta irregular do Itaú, pode ser a abertura do chamado processo administrativo sancionador, que avalia infrações às regras e instruções da CVM.
Publicidade
Procurada, a CVM não se manifestou nesta segunda-feira, e informou que não comenta casos específicos.