O Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou dois acordos de cooperação técnica que pretendem desenvolver o mercado de capitais no âmbito do agronegócio. A iniciativa faz parte de um convênio da CVM com o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), o Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio (IBDA) e a Bolsa B3, informou a CVM em nota.
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A autarquia e os institutos devem realizar eventos conjuntos de capacitação, como seminários e fóruns para empreendedores e investidores dos setores agropecuários, além de aumentar a divulgação das opções de financiamento da cadeia do agronegócio no mercado de capitais. O objetivo é fortalecer os mecanismos de acesso dos empresários do agronegócio ao mercado de capitais.
Segundo o superintendente da CVM, Bruno Gomes, o agronegócio precisa de R$ 1 trilhão de recursos ao ano. Deste total, o setor tem acesso a cerca de R$ 300 bilhões por meio de crédito subsidiado (Plano Safra) e R$ 300 bilhões são capital próprio. Outros R$ 300 bilhões a R$ 500 bilhões o setor consegue por meio de empréstimos e alguma parcela tem origem em financiamentos por meio o mercado de capitais. Para o ele, existe um potencial para o mercado de capitais captar até dois terços deste total.
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“Há um interesse crescente dos pequenos e médios produtores rurais, além de outros elos da cadeia do agronegócio, em acessar o mercado de capitais para se financiar, bem como dos investidores nas ofertas do setor”, afirmou Gomes. “Há espaço para o mercado de capitais suprir R$ 600 bilhões de crédito ao produtor rural. Em cinco anos, estamos falando de R$ 3 trilhões de operações em estoque”, destacou.
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, considera que o convênio poderá desenvolver ainda mais as cadeias do setor no investimento. “A CVM tem apontado que o lugar do agronegócio é no mercado de capitais”, disse.
Os acordos de cooperação terão foco especialmente educacional, segundo o IPA, que congrega 49 entidades do setor produtivo e presta suporte técnico à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). “O acesso ao crédito ainda é muito caro. Nem todo produtor rural consegue ter acesso a isso. A indústria também precisa de crédito mais barato”, afirmou o presidente do IPA, Nilson Leitão.