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CVM faz pesquisa sobre portabilidade de investimentos entre corretoras

O processo costuma ser cercado por burocracias criadas por corretoras para reter o cliente

CVM faz pesquisa sobre portabilidade de investimentos entre corretoras
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda. Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

(Estadão Conteúdo) – A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou nesta segunda-feira (30) uma pesquisa para avaliar a satisfação de clientes de corretoras de valores com a portabilidade de seus investimentos para outras instituições. O processo costuma ser cercado por burocracias criadas por corretoras para reter o cliente.

“Não é desprezível o número de reclamações recebidas pela autarquia sobre a qualidade desse serviço prestado pelas corretoras, algumas vezes impondo o cumprimento de procedimentos não razoáveis ao investidor que está solicitando a transferência”, informou a CVM, em comunicado publicado nesta segunda-feira.

Lançada pela Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da CVM, a pesquisa vai medir a experiência dos investidores com o serviço para sugerir possíveis caminhos para aprimorá-lo. A pesquisa também vai subsidiar um estudo de Análise de Impacto Regulatório, que está sendo conduzido pela área técnica.

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Não é a primeira vez que o assunto é trazido à tona pela CVM. Em 2019, a autarquia emitiu um ofício circular reforçando que as corretoras devem atuar de forma “diligente” para mitigar a possibilidade de fraudes em pedidos de transferência, bem como o interesse do investidor para que os valores fossem transferidos em dois dias úteis.

Antes da pandemia, as corretoras chegavam a pedir que os investidores obtivessem um documento com firma reconhecida em cartório para liberar a transferência de uma corretora para outra. Durante a pandemia, esse procedimento entrou em desuso por causa das medidas de isolamento social.

Para a CVM, o tema é cada vez mais relevante diante do crescimento do número de investidores pessoas físicas na Bolsa. Em 2017, a Bolsa de valores tinha cerca de 600 mil pessoas físicas. Em 2021, o número chega a quase 4 milhões. Para a CVM, a perspectiva é que a tendência se mantenha ao longo dos próximos anos.

“O questionário é simples, direto e rápido, levando no máximo cinco minutos. Ele visa nos permitir ter uma visão mais profunda sobre a experiência dos investidores com esse serviço prestado. É pouco tempo para quem responderá, mas altamente valioso para nossa análise”, disse Karl Pettersson, analista da CVM.