O delivery de comida é um serviço que permite que refeições sejam entregues diretamente ao consumidor, geralmente em sua casa ou local de trabalho, por telefone, aplicativos ou sites especializados. É uma forma prática de comprar alimentos prontos, sem a necessidade de ir até um restaurante, lanchonete ou outro estabelecimento. Dos hambúrgueres e pizzas até refeições completas, sobremesas e bebidas, o delivery ganhou popularidade pela conveniência e fez crescer as empresas de entrega, como iFood, Uber Eats e Rappi.
Leia também
Uma pesquisa conduzida pela Abrasel, em parceria com o Sebrae e divulgada no ano passado, revelou que 76% dos consumidores no Brasil utilizam serviços de delivery ao menos uma vez por mês. O dado destaca a relevância crescente dessa modalidade nos hábitos de consumo dos brasileiros.
De acordo com um estudo da consultoria Kantar, divulgado em 2022, o serviço de delivery para pedir comida passou de 80% para 89% no Brasil em 3 anos. Além disso, o estudo destaca que os brasileiros fazem, em média, um pedido a cada 2 semanas.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Mas existem os “heavy buyers”: consumidores com perfil entre 25 e 34 anos, moradores de áreas urbanas e com maior poder aquisitivo, que fazem pedidos mais de uma vez por semana. O crescimento desse grupo foi de 66% entre 2020 e 2022 na América Latina.
Os mais pedidos via delivery
Os pratos mais pedidos via delivery incluem hambúrgueres, pizzas e massas. Porém, percebe-se uma mudança de hábitos: o consumo de refeições completas por delivery é mais frequente do que o de lanches. Como principal motivação, os consumidores priorizam a conveniência, sendo que 70% dos pedidos são motivados por evitar cozinhar.
Como meios para realizarem os pedidos, 66% dos “heavy buyers” utilizam plataformas especializadas em delivery. No entanto, um destaque surpreendente fica para o WhatsApp: 40% de todos os consumidores utilizam o aplicativo para fazer pedidos – em 2022, ele representou 15% do total de pedidos de delivery no Brasil.
E quanto sai essa conta?
O estudo da Kantar divulgou que os consumidores estão gastando 15% a mais por refeição em relação ao período pré-pandemia do Covid-19. Esse número reflete o aumento das escolhas mais “premium”, como itens mais caros ou a inclusão de mais variedades em um único pedido.
Outra curiosidade é que os consumidores brasileiros valorizam promoções: 75% dos “heavy buyers” buscam descontos diretos ou programas de fidelidade para incentivar a recorrência. No entanto, ainda assim, o custo de se “mimar” com o delivery é salgado para o orçamento.
Segundo um levantamento feito pela empresa de vale-refeição Ticket, o custo médio dos pedidos no Brasil é de R$ 66,21, valor 12,5% superior aos R$ 58,86 gastos de quem pede diretamente no restaurante.
Como otimizar esse custo?
Maria Giulia, analista de research da Rico, recomenda substituir os pedidos via delivery por refeições caseiras pode ajudar a criar uma rotina mais equilibrada e com menos exageros. Além da possibilidade de melhorar os hábitos alimentares, essa troca também pode impactar positivamente o controle de gastos e investimentos.
Publicidade
Por exemplo, caso um consumidor utilize o serviço de delivery 1 vez por semana, com o custo médio de R$ 66,21, o custo total será de R$ 264,84 no mês. Ao comparar com o salário-mínimo atual de R$ 1.412,00, esse custo representa cerca de 18,76%. Ou seja, é um espaço relevante no orçamento considerando os demais gastos.
Entretanto, Giulia explica que caso esse mesmo consumidor escolha mudar os hábitos e, ao invés de 4 vezes, somente consumir delivery 1 vez no mês, a economia será de R$ 198,63.
Além disso, se o valor gasto com delivery for aportado mensalmente durante esses 3 períodos, considerando 4 tipos de investimentos, tendo como base a atual taxa Selic de 11,25% ao ano, o montante final será de um lucro considerável:
Investimento | Rentabilidade ao mês (bruta) | 1 ano | 2 anos | 3 anos |
---|---|---|---|---|
Poupança | 0,57% | R$ 2.459,90 | R$ 5.093,84 | R$ 7.914,14 |
Selic 2029 | 0,89% | R$ 2.496,61 | R$ 5.231,52 | R$ 8.244,98 |
CDI 110% | 0,98% | R$ 2.508,46 | R$ 5.282,15 | R$ 8.369,10 |
CDI 90% | 0,81% | R$ 2.492,67 | R$ 5.238,71 | R$ 8.263,89 |
Os valores acima são líquidos, descontado de Imposto de Renda.
Ao analisar o grupo conhecido como “heavy buyers” — consumidores que utilizam serviços de delivery mais de uma vez por semana — e considerando um gasto médio de R$ 66,21 por pedido realizado duas vezes por semana, o total destinado a essa prática no orçamento mensal chega a R$ 529,68.
Publicidade
Se esse consumidor reduzisse o consumo de delivery para 2 vezes no mês, economizaria R$ 397,26.
Como renderia esse valor investido ao longo de 3 anos? Confira na tabela abaixo:
Investimento | Rentabilidade ao mês (bruta) | 1 ano | 2 anos | 3 anos |
---|---|---|---|---|
Poupança* | 0,57% | R$ 4.919,80 | R$ 10.187,68 | R$ 15.828,28 |
Selic 2029 | 0,89% | R$ 4.993,22 | R$ 10.463,04 | R$ 16.489,96 |
CDI 110% | 0,98% | R$ 5.016,92 | R$ 10.564,31 | R$ 16.738,21 |
CDI 90% | 0,81% | R$ 4.985,34 | R$ 10.477,43 | R$ 16.527,79 |
O valor final, com a economia de delivery, seria de aproximadamente R$ 16 mil. Fazer a troca de um prazer momentâneo pela construção de patrimônio e a possibilidade de utilizar esse valor em novas experiências, como viagens, cursos, entre outros tipos de lazer, pode fazer sentido.