- Com a demora no avanço da reforma tributária, o governo federal pode optar por acelerar a legislação sobre a tributação de dividendos
- Essa é a visão do BTG Pactual, que reuniu, em um relatório, as empresas que podem pagar dividendos extraordinários antes dessas mudanças
- Ao todo, cerca de 120 companhias poderiam distribuir R$ 508 bilhões em dividendos extraordinários, com um dividend yield de 18%
Com a demora no avanço da reforma tributária, o governo federal pode optar por acelerar a legislação sobre a tributação de dividendos e acabar com os pagamentos de juros sobre capital próprio (JCP). Essa é a visão do BTG Pactual, que reuniu, em um relatório, as empresas que podem pagar dividendos extraordinários antes dessas mudanças.
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Na análise, o banco levou em conta os lucros acumulados das companhias e um aumento da alavancagem de 1,5x para 2,1x de dívida líquida/EBITDA (indicador que sinaliza o nível de endividamento de uma empresa). Ao todo, cerca de 120 companhias poderiam distribuir R$ 508 bilhões em dividendos extraordinários, com um dividend yield (relação entre o valor do dividendo pago por uma empresa e o preço de sua ação) de 18%.
Os setores com potenciais dividendos acima de 20% incluem Papel e Celulose, Serviços Públicos, Propriedades, Habitação, Metais e Mineração, além de Petróleo e Gás. Já o dividend yield médio extraordinário dos 20 principais pagadores em potencial está acima de 50%.
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No entanto, na visão do BTG, muitas dessas empresas precisariam aumentar a alavancagem para níveis insustentáveis no cenário atual, caso desejassem distribuir esses dividendos. Outro fator que limitaria o processo seriam os covenants de dívida, que representam contratos de financiamento da companhias.
Segundo o banco, a redução de capital seria um caminho possível para empresas que não tiveram lucros acumulados significativos em seus balanços recentes e desejam garantir dividendos antecipados aos acionistas.
Conforme elencado pelo BTG, entre os setores com os maiores potenciais pagadores de dividendos, estão Serviços Públicos, Imobiliário, Metais e Mineração e Bens de Capital. No primeiro, destacam-se Sanepar (SAPR4), Isa CTEEP (TRPL4), Copasa (CSMG3) e Eletrobras (ELET3), por conta de sua alavancagem relativamente baixa em termos de covenants.
No Imobiliário, Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3) chamam a atenção e, em Metais & Mineração, o destaque vai para Usiminas (USIM5) e a Gerdau (GGBR4). Já em Bens de Capital, Randon (RAPT4) e Marcopolo (POMO4) são empresas com potencial para pagar dividendos extraordinários. Petrobras (PETR3), TIM (TIMS3) e SLC (SLCE3) são outras companhias que merecem atenção.