(Reuters) – O dólar à vista fechou em alta frente ao real nesta terça-feira, mas longe das máximas e com movimento mais brando aqui do que no exterior, conforme operadores evitaram grandes mudanças de posição em meio a debates sobre reformas econômicas e à CPI da Covid no Senado.
O dólar no mercado spot subiu 0,26%, a 5,4322 reais na venda, depois de oscilar entre 5,4852 reais (+1,24%) e 5,4127 reais (-0,10%). Lá fora, o dólar tinha alta de até 0,9% ante alguns dos principais pares do real.
Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento recuava 0,36%, a 5,4370 reais, às 17h26.
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A divergência reflete um ajuste do dólar futuro, que na véspera subiu depois de no mercado à vista a taxa cair. O dólar futuro –cujos negócios vão até 18h– reverteu as perdas e fechou a segunda-feira em alta de 0,98%. Nas operações interbancárias, que encerram às 17h, o dólar havia caído 0,24%.
De toda forma, o dia terminou com viés mais vendedor de dólares tanto no mercado spot quanto no de derivativos. Analistas esperam que o Banco Central entregue nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic) na quarta-feira, o que elevaria o juro para 3,50%, consideravelmente acima da taxa de 2% que vigorou até março e, assim, melhorando a relação risco/retorno de se comprar reais.
Além disso, o noticiário sobre reformas segue fazendo preço. Analistas do BTG Pactual digital consideraram as declarações do relator da reforma tributária na comissão mista do Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), como positivas para o avanço da agenda de reformas estruturantes.
Ribeiro iniciou nesta terça-feira a leitura de seu parecer sobre a restruturação do sistema de tributos e impostos, mas uma versão final do texto só deve ser apresentada na próxima terça-feira, a partir de sugestões de parlamentares.
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Em meio à CPI da Covid, na qual ações do governo são alvo de escrutínio, integrantes do Executivo têm tentado criar fatos positivos do lado da agenda de reformas.
O mercado de câmbio teve o melhor desempenho local nesta sessão, que contou com queda de 1,26% do Ibovespa e saltos de até 20 pontos-base nas taxas de DI mais longas.
“A CPI precisa ser monitorada, mas não acreditamos que haja risco material a ponto de afetar o real”, disse Rafael Sales, analista econômico da Arazul Capital. “Pelos fundamentos o real está mais depreciado do que deveria, e o exterior deverá continuar favorável de forma geral, então vemos espaço para o dólar fechar o ano até abaixo de 5,20 reais”, completou.