O dólar sobe no mercado local nesta segunda-feira (1º), contrariando o movimento da moeda americana no exterior. Às 14h47, a divisa avança 0,31% sobre o real cotada a R$ 5,351 na venda. O índice DXY, que compara o dólar com seis moedas fortes, recua 0,17% aos 99,285 pontos no mesmo horário.
Investidores buscam sinais sobre o ritmo de cortes de juros nos Estados Unidos, fator que impacta o apetite ao risco e os fluxos para mercados emergentes. Na próxima semana, o Federal Reserve (Fed) decide os rumos da política monetária no país. Os dados mais recentes da plataforma FedWatch, do CME Group, indicam 87,6% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros em dezembro. Há um mês, tal probabilidade estava em 63%.
De acordo com Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, a liquidez internacional segue reduzida após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, o que tende a limitar movimentos mais bruscos. “O fluxo cambial ainda não mostra direção clara, mas há expectativa de maior procura por proteção caso os discursos de autoridades monetárias reforcem a necessidade de juros elevados por mais tempo”, afirma.
O mercado aguarda o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento do Hoover Institution às 22h (de Brasília). O dirigente, no entanto, não deve abordar perspectivas para política monetária por conta do período de silêncio do banco central americano.
Falas de Galípolo e Boletim Focus são monitorados
No Brasil, o Boletim Focus trouxe um novo alívio na estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025, que passou de 4,45% para 4,43%, abaixo do teto da meta de 4,5%.
Já a mediana do relatório para a Selic no fim deste ano permaneceu em 15% pela 23ª semana consecutiva, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido os juros neste nível na mais recente decisão, no dia 5 de novembro. O Copom voltará a se reunir na próxima semana.
Ainda no radar de investidores, esteve a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no XP Fórum Político & Macro 2025, realizado em São Paulo nesta segunda-feira. Galípolo afirmou que o BC não tem, no momento, uma sinalização sobre qual será seu próximo passo, justamente, porque ainda está na etapa de seguir analisando dados.
“Não estamos deixando de comunicar porque a gente quer, estamos deixando de comunicar porque estamos realmente olhando a cada 45 dias como é que as coisas estão se comportando, dado todo o nível de incerteza que o ambiente já tem e os fatos novos que podem acontecer”, disse.
Publicidade
Confira aqui em tempo real o dólar e as notícias sobre as principais moedas internacionais.