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- Com o desempenho desta manhã, o dólar ficava a caminho de saltar mais de 3% em relação ao fechamento da última sexta-feira, de 4,9435 reais, o que marcaria uma terceira valorização semanal seguida.
O dólar engatava nova alta nesta sexta-feira, chegando a superar os 5,11 reais nos picos do dia, em meio a sentimento ainda frágil no exterior por temores de que o banco central dos Estados Unidos será forçado a elevar os juros de maneira mais rápida, apesar dos vários riscos enfrentados pela economia global.
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A moeda mostrou alguma instabilidade nesta manhã, à medida que investidores digeriam dados de emprego norte-americanos melhores que o esperado.
O dólar chegou a operar no vermelho pouco após a publicação da leitura –que mostrou a abertura de 428 mil postos de trabalho fora do setor agrícola dos EUA em abril, contra expectativa em pesquisa da Reuters de 391 mil–, mas o movimento foi muito breve e o dólar logo ganhou fôlego.
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“O ‘payroll’ só reforça o discurso de que o banco central americano enxerga um mercado de trabalho extremamente aquecido, o que leva eles a focar bastante em combater a inflação, levando a taxa de juros para patamares mais altos, mais rápido e permanecendo assim por mais tempo”, disse Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
“Isso só coloca força no dólar, só reforça a visão dessa semana de que ativos de maior risco, como as bolsas, vão sofrer um pouco mais adiante.”
Às 10:46 (de Brasília), o dólar à vista avançava 1,85%, a 5,1094 reais na venda, após tocar 5,1104 reais no pico do dia, alta de 1,87%. Caso mantivesse esse preço até o fim das negociações, a divisa dos EUA registraria seu maior patamar de encerramento contra o real desde 15 de março passado (5,1584 reais).
Na B3, às 10:46 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,56%, a 5,1465 reais.
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Na véspera, a moeda norte-americana negociada no mercado interbancário já havia fechado em alta, de 2,34%, a 5,0166 reais na venda, impulsionada por temores generalizados de que o Federal Reserve será forçado a intensificar seu ciclo de aperto monetário, mesmo após o chair do banco central dos EUA, Jerome Powell, ter afirmado na quarta-feira que a instituição não está considerando aumentar os juros em 0,75 ponto percentual numa próxima reunião.
Nesta semana, o Fed elevou sua taxa básica em 0,5 ponto, a dose mais forte de aperto em mais de duas décadas. O endurecimento de sua postura no combate à inflação vem num momento delicado para a economia global, que está enfrentando, ao mesmo tempo, os efeitos da guerra na Ucrânia e lockdowns da Covid-19 na China, o que tem gerado temores de estagflação: desaceleração do crescimento sem trégua na disparada dos preços.
Isso impulsionou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes para seu maior patamar desde 2002 na véspera, movimento que contaminou os mercados de câmbio de todo o mundo.
Com o desempenho desta manhã, o dólar ficava a caminho de saltar mais de 3% em relação ao fechamento da última sexta-feira, de 4,9435 reais, o que marcaria uma terceira valorização semanal seguida.
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No acumulado do ano, o dólar ainda cai 8,5% em relação à moeda brasileira, o que representa uma forte redução das perdas frente às mínimas de encerramento de 2022, registradas em abril, na casa de 4,60 reais.
“De um lado, os preços médios de commodities mais altos, o crescimento forte no primeiro semestre do ano, a melhora dos números fiscais e a taxa Selic elevada ao longo do ano são fatores importantes que podem continuar atuando na direção de atrair fluxos de capitais para o Brasil no curto prazo”, disse o Itaú em relatório assinado por Mario Mesquita, seu economista-chefe.
“Por outro lado, atuam na direção de uma moeda (real) mais depreciada as incertezas sobre o crescimento global, o aumento da taxa básica de juros americana e as dúvidas relacionadas à evolução das contas públicas e sustentabilidade fiscal brasileira nos próximos anos”, acrescentou o banco, que prevê taxa de câmbio de 5,25 por dólar ao fim de 2022.