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Dólar hoje fecha em alta em dia de leilão do Banco Central

Mercado segue em dúvida sobre negociações relacionadas ao pacote fiscal do governo Lula

Dólar hoje fecha em alta em dia de leilão do Banco Central
Nota de dólar americano. Foto: Adobe Stock

O dólar hoje fechou em alta, com o real ainda pressionado pelas preocupações dos investidores em relação à política fiscal do Brasil. A moeda americana encerrou esta sexta-feira (13) em valorização de 0,40% a R$ 6,0313. Ao longo da sessão, oscilou entre máxima a R$ 6,0776 e mínima a R$ 5,9740.

O Banco Central (BC) realizou à tarde um leilão de dólares à vista. Por volta das 15h, o BC informou que foram absorvidos pelo mercado US$ 845 milhões. Nove propostas foram aceitas na oferta, cujo lote mínimo foi de US$ 1 milhão. A taxa de corte foi de R$ 6,0200. “Intervenções como essa servem para frear a cotação da moeda norte-americana, pois a maior oferta do dólar para o mercado ajuda a desacelerar a desvalorização do real“, explica Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank.

O especialista destaca que a cotação do dólar chegou a diminuir de forma brusca para R$ 6,016 por volta do momento das negociações. Apesar da desaceleração, a divisa permaneceu em alta.

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No cenário doméstico, investidores seguem preocupados com o desenrolar das negociações associadas ao pacote fiscal do governo federal. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na noite de quinta-feira (12) estar otimista com a aprovação do pacote antes do recesso parlamentar. Segundo ele, é “plenamente possível” analisar todas as propostas até a próxima sexta-feira (20), incluindo as leis orçamentárias. O mercado, no entanto, vê esse otimismo com certa desconfiança.

“Investidores olham com ressalvas para o pacote fiscal em discussão no Congresso, considerado frágil e sujeito a desidratações que podem comprometer sua eficácia. A confiança de Pacheco sobre a aprovação do pacote antes do recesso parlamentar é recebida com reservas, dado o histórico de dificuldades políticas e o prazo apertado”, diz Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.

Na opinião do analista, a alta do dólar é um termômetro da desconfiança dos investidores, refletindo também as saídas de capitais típicas de fim de ano e a aceleração dos Treasuries (títulos públicos americanos) – movimentos que tornam o real ainda menos atrativo. “Sem um plano fiscal robusto, o BC pode ser forçado a vender reservas”, pontua Iarussi.

Na agenda macroeconômica local, o mercado também esteve de olho nesta sexta-feira no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que cresceu 0,14% em outubro na comparação com setembro. O resultado veio acima do esperado pelo mercado. A mediana da pesquisa feita pelo Projeções Broadcast indicava variação zero para o indicador, que é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) oficial.

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No exterior, em dia morno de indicadores econômicos, a moeda dos EUA também subiu. O índice DYX, termômetro do comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes (euro, iene japonês, libra esterlina, dólar canadense, coroa sueca e franco suíço), exibia ganhos de 0,03% ao final da tarde, aos 106,990 pontos.

Dólar deve subir mais?

Em relatório divulgado na quinta-feira (12), o BTG Pactual revisou sua projeção do dólar para os próximos anos. Diante da deterioração das expectativas em relação ao quadro fiscal do País, o banco colocou uma estimativa de R$ 6,25 para a moeda ao final de 2025 e de R$ 6,35 para o final de 2026.

A casa pondera, no entanto, que ações do governo para contornar o Orçamento, minar a credibilidade da política monetária ou intervir no mercado cambial teriam potencial de levar o câmbio a ultrapassar a barreira de R$ 7,00 no próximo ano.

Já a última edição do Boletim Focus trouxe uma elevação na projeção para o dólar ao final de 2024. O mercado espera que a moeda americana encerre o ano em R$ 5,95. Um mês antes, a estimativa estava em R$ 5,55

A expectativa para o fim de 2025 aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,77, enquanto a de 2026 subiu de R$ 5,60 para R$ 5,73. Já a projeção do dólar para 2027 avançou de R$ 5,50 para R$ 5,69.

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