O dólar ganhou força durante a tarde e fechou esta terça-feira (5) em alta de 0,16% em relação ao real, cotado em R$ 4,9557 no segmento à vista. Mais cedo, a moeda havia sustentado uma leve queda por volta das 12 horas, amparada pelos resultados abaixo do esperado no índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços em fevereiro.
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O indicador medido pelo Instituto de Gestão da Oferta (ISM) caiu de 53,4 em janeiro para 52,6 nesta leitura, abaixo do consenso, de 52,8. A queda foi vista por parte do mercado como um bom sinal para a inflação americana e ajudou a puxar para baixo os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano), enquanto investidores aguardam sinais para a política monetária do país.
Esse resultado derrubou a cotação do dólar não só na comparação com o real, mas também em relação a outras moedas emergentes. Ao longo da tarde, no entanto, o movimento foi revertido. Aqui, a divisa chegou a tocar a mínima, de R$ 4,9404 (-0,14%), mas logo depois avançou até a máxima, de R$ 4,9617 (+0,29%).
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Segundo o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, o mercado permanece cauteloso com a possibilidade de o noticiário do exterior levar a uma valorização mais forte do dólar em relação ao real, o que conteve os efeitos do PMI americano.
“Se houver qualquer precipitação, se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) falar que vai aumentar juros em vez de cortar, isso leva o dólar para R$ 5; mas, com a moeda nesse nível, o mercado não perde muito”, explica. “Se a moeda cai a R$ 4,80, isso levaria a um prejuízo muito grande.”
Aqui dentro, incertezas em torno do impasse sobre a reoneração da folha de pagamentos também impedem uma valorização do real, segundo Galhardo. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes da Casa que a medida provisória 1.202/2023 – da qual o governo já tinha excluído o tema – ficará como está.
Segundo o analista de câmbio da Ourominas Elson Gusmão, outros pontos ajudaram a amparar a alta moderada do dólar hoje. O mercado mundial, ele nota, entrou praticamente em compasso de espera após o governo chinês ter decidido manter a meta de crescimento de 5% este ano, sem o anúncio de novos estímulos.
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Agora, as atenções do mercado se voltam para números do mercado de trabalho americano que serão divulgados esta semana e que devem ajudar a calibrar as apostas no timing do corte de juros pelo Fed: o relatório Jolts de fevereiro, amanhã; números de pedidos de auxílio-desemprego, na quinta-feira (7); e o principal relatório do setor, o payroll de fevereiro, na sexta-feira (8).