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Após vaivém, dólar fecha em queda, mas segue acima de R$5

Após vaivém, dólar fecha em queda, mas segue acima de R$5
Foto: Shutterstock

O dólar fechou em queda nesta terça-feira, chegando a descer à faixa de 5,04 reais no mercado à vista, com investidores repercutindo algum alívio no exterior do meio da tarde em diante enquanto o noticiário sobre a guerra na Ucrânia seguiu no foco.

A moeda norte-americana subiu 0,44% pela manhã, para 5,102 reais, ficando próximo desse patamar por algum tempo, depois de ensaiar baixa. Depois das 14h (de Brasília), porém, as vendas surgiram de forma expressiva, derrubando a cotação à mínima de 5,0452 reais (queda de 0,68%), pouco após as 15h.

No encerramento do pregão no mercado spot, o dólar caiu 0,50%, a 5,0539 reais.

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O movimento seguiu a escalada do euro e uma tentativa de recuperação das ações , que vêm sofrendo com o desenrolar da guerra no leste da Europa. O rublo –um termômetro da crise– saltava quase 10% ante o dólar, enquanto o petróleo Brent, que chegou a disparar 8,07% mais cedo, reduziu o ganho no fechamento para 3,87%.

Investidores analisaram a confirmação de que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proibiu nesta terça-feira a importação de petróleo russo e de outras fontes de energia em retaliação à invasão da Ucrânia, ressaltando o forte apoio bipartidário a uma medida que ele reconheceu que elevaria os preços da energia nos EUA.

Mas também circularam nas mesas informações de que a Ucrânia não mais estaria insistindo para integrar a Otan, um dos motivos alegados pela Rússia para justificar o conflito.

O mercado aparentemente começa a agora a dividir as atenções à guerra entre Rússia e Ucrânia com outros temas potencialmente desfavoráveis ao real. É importante notar que o dólar, depois de testar os 4,99 reais duas semanas atrás, não conseguiu mais romper a barreira dos 5,00 reais. Além disso, a cotação tem feito desde então mínimas intradiárias cada vez mais altas, fato que pode ser lido como certa exaustão dos “vendidos” em dólar.

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O BTG Pactual chama atenção para a reunião de política monetária nos Estados Unidos (com resultado no próximo dia 16) e às cada vez mais acaloradas discussões aqui sobre subsídios aos preços dos combustíveis, com risco de impacto fiscal significativo.

Para o banco, a combinação entre ambos tende a limitar a entrada de dólares para a busca de ativos de valor no mercado de ações e para a realização de “trades de carrego” –o chamado “carry trade”, estratégia em que investidores compram derivativos em reais visando lucrar com diferenciais de juros.

“Além disso, novos desenvolvimentos na corrida eleitoral doméstica e possível crescimento da incerteza a partir do conflito na Europa sugerem que o Real perca força nos próximos meses”, afirmaram.

“Esperamos que a taxa de câmbio seja de R$5,40 no final deste ano e seguimos afirmando que o patamar atual representa uma oportunidade para proteger os portfólios das turbulências que os eventos no calendário deste ano devem trazer”, completou a equipe de Macro & Estratégia do banco, que assina o relatório.

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