O dólar começou a sessão em alta em meio à valorização externa generalizada, que perdeu força ante algumas divisas emergentes e ligadas a commodities. Há pouco, a moeda americana passou a cair frente ao real, peso chileno e peso mexicano. A volatilidade da taxa de câmbio contribui para os juros futuros oscilarem perto dos ajustes anteriores em meio um viés positivo dos retornos dos Treasuries de curto e médio prazos diante da moderação da cautela no mercado internacional.
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Lá fora, o euro já reduz as perdas ante o dólar, apoiada na publicação da ata da mais recente reunião do Banco Central Europeu (BCE), após sustentar viés positivo mais cedo, na esteira da queda nas vendas no varejo em agosto ante julho menor do que o esperado por analistas financeiros.
Na ata, o BCE considera que os juros básicos na zona do euro ainda estão “bem abaixo da taxa neutra” e, por isso, será necessário apertar mais a política monetária nas próximas reuniões do Comitê. Ainda que espere mais aumentos de juros, o documento reforça a comunicação de que a alta de 0,75 ponto porcentual em setembro não será, necessariamente, repetida nas próximas reuniões. O BCE, diz a ata, seguirá dependente de dados.
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O BCE ainda disse não saber até quando terá de subir os custos de empréstimos no bloco monetário, cuja inflação tem batido recordes históricos, puxada pelo aumento nos preços de energia por conta da guerra na Ucrânia. “O nível final das taxas de juros para estabilizar inflação está sujeito a incertezas”, considerou.
Os investidores aguardam ainda comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nas próximas horas, que podem mexer também com o rumo do dólar durante o dia. Nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego subiram 29 mil na semana, a 219 mil, acima da previsão dos analistas (203 mil solicitações).
Internamente, os investidores seguem atentos aos sinais sobre o programa econômico dos candidatos à Presidência. A campanha do ex-presidente ainda está dividida em relação ao caminho da política fiscal a ser adotado num eventual novo governo do PT. O ponto central das divergências é sobre a necessidade ou não de se adotar uma regra de controle das despesas para substituir o teto de gastos, que Lula já antecipou será revogado se for eleito.
Crítico ao atual debate sobre a necessidade de o próximo governo criar novas regras fiscais por entender que o Brasil já tem normais demais, o professor Márcio Holland, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV), ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, defende que o que falta ao País é o desenvolvimento de uma cultura de responsabilidade fiscal. Mais cedo, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) mostrou queda de 1,22% em setembro, após uma redução de 0,55% em agosto, divulgou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado do indicador apresentou um recuo mais intenso do que o intervalo das previsões do mercado financeiro, que estimavam uma queda entre 0,97% e 0,74%, com mediana negativa de 0,84%, de acordo com as instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma elevação de 5,54% no ano. Em 12 meses, houve aumento de 7,94%.
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O banco Central divulgou também o Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021. O documento mostra que o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) do sistema bancário brasileiro foi maior que o das instituições que atuam nos mercados da Turquia, Estados Unidos, Austrália, Indonésia, Índia, China, França e Itália. No mesmo grupo de países, apenas Rússia, Canadá e México têm sistemas bancários com maior retorno que o brasileiro.
Às 9h38, o dólar à vista caía 0,04%, a R$ 5,1825. O dólar novembro cedia 0,29%, a R$ 5,2090.