(Paula Dias, Estadão Conteúdo) – Depois de uma manhã marcada pela instabilidade, o dólar firmou-se em leve alta no período da tarde, em parte alinhado ao cenário cauteloso no mercado internacional e em parte movido por uma pequena correção das baixas dos últimos dias.
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Profissionais do mercado de câmbio voltaram a mencionar fluxo positivo no dia, mas em menor proporção que a observada no início da semana. Ao final dos negócios, o dólar à vista ficou em R$ 5,1112, em alta de 0,24%. No acumulado da semana, a divisa ainda contabiliza queda de 1,10%. Ao longo do dia, a cotação oscilou entre a mínima de R$ 5,0837 (-0,30%) e a máxima de R$ 5,1238 (+0,49%). No mercado futuro, o dólar para liquidação em setembro era negociado a R$ 5,1210 às 17h13, com valorização de 0,10%.
“A instabilidade mostrada mais cedo pelo dólar reflete o cenário de grande preocupação com o movimento de contração da economia americana, reforçado pela divulgação de resultados abaixo das estimativas nos Estados Unidos”, disse Bruna Centeno, especialista em renda fixa da Blue3.
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Nesse ambiente de expectativas pela fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no seminário de Jackson Hole, ela destaca que nessa mesma sexta-feira será conhecido nos Estados Unidos o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de julho. “O índice de inflação será conhecido antes do discurso de Powell, o que dará mais peso às sinalizações do Fed e à formação de preços em torno disso”, disse.
Do lado doméstico, Bruna ressalta a deflação de 0,73% do IPCA-15 em agosto que, mesmo sendo menor que a mediana das estimativas do Projeções Broadcast (-0,82%), aponta para o cenário de fim do ciclo de alta de juros e estimula a percepção de que o Banco Central agiu mais rapidamente que outros países à aceleração da inflação.
Entre os poucos destaques do período da tarde, o Banco Central divulgou que o fluxo cambial no País estava negativo em US$ 78 milhões em agosto, até o dia 19. Em julho, o BC registrou ingresso líquido de US$ 1,834 bilhão. No período de 19 dias de agosto, o canal financeiro teve saídas de US$ 391 milhões. No comércio exterior, o saldo de agosto até o dia 19 foi positivo em US$ 314 milhões.