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Dólar inverte para queda após leilões do BC e pacote fiscal na Câmara; veja a cotação

O mercado digere os desdobramentos do pacote fiscal e a divulgação da ata do Copom, que indicou uma piora na expectativa da inflação

Dólar inverte para queda após leilões do BC e pacote fiscal na Câmara; veja a cotação
Saiba as perspectivas para o dólar em 2025 (Foto: Envato Elements)

O dólar hoje abriu em forte alta e chegou a superar a casa dos R$ 6,20, refletindo a tensão sobre as contas do governo e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve o tom mais duro e apontou para a piora na expectativa da inflação. Os juros futuros também saltam nesta terça-feira (17).

Na parte da tarde, declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, indicando que a casa vai votar ainda nesta sessão o PLP 201, projeto de lei do pacote fiscal do governo, reverteram a tendência do câmbio. Perto de 15h, o dólar tinha queda de 0,40%, a R$ 6,0691. Os juros futuros também passaram a cair.

Logo após a abertura, a R$ 6,14, o Banco Central (BC) informou que vendeu US$ 1,272 bilhão em um leilão à vista de dólares para reduzir a pressão sobre a moeda – este é o quarto dia útil seguido feito pela autoridade monetária. Os leilões são operações em que o BC oferece dólares diretamente aos participantes do mercado, como bancos e instituições financeiras, para regular a liquidez e dar suporte à estabilidade do câmbio, que tem disparado desde o anúncio do pacote fiscal feito pelo governo no último dia 27 de novembro. As medidas foram consideradas pelo mercado financeiro como muito abaixo do necessário para controlar os gastos públicos.

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A operação do BC surtiu pouco efeito e, na metade da sessão, a instituição voltou a realizar um novo leilão à vista de dólares depois de a cotação ultrapassar os R$ 6,20. Entre as 12h17 e 12h22, o BC vendeu mais US$ 2,015 bilhões. Agora, o total das intervenções já chega a US$ 12,760 bi.

O mau humor também vem da Ata do Copom. O colegiado diz que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve atingir 4,0% no acumulado de quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, acima da meta de 3%. “Concluiu-se que os determinantes de prazo mais curto, como a taxa de câmbio e a inflação corrente, e os determinantes de médio prazo, como o hiato do produto e as expectativas de inflação, se deterioraram de forma relevante”, avaliaram
os membros da cúpula do BC.

O documento também reforçou que a decisão da semana passada de elevar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% foi unânime, prevendo um ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões.

Para Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, apesar das intervenções do Banco Central e das expectativas com o Fed, as incertezas fiscais e juros futuros mantêm o dólar em alta e afastam investidores. “Essas operações, não realizadas desde agosto, refletem as preocupações do mercado com o cenário fiscal, marcado por incertezas sobre o compromisso do governo com as contas públicas e o andamento do pacote fiscal no Congresso. Os juros futuros continuam subindo, elevando os prêmios de risco e afastando investidores estrangeiros, o que pressiona ainda mais o dólar.”

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A votação das medidas fiscais no Congresso e a deterioração das expectativas do mercado em relação à inflação e juros seguem pressionando os ativos brasileiros porque o governo tem até a sexta-feira (20) para conseguir aprovar o pacote antes do recesso parlamentar.

Já no exterior, os investidores aguardam a decisão do Fed (o Banco Central dos Estados Unidos) sobre a taxa de juros, que deve ser divulgada ainda hoje, e digerem as falas de Trump sobre tarifas ao Brasil e alta dos juros dos Treasuries e de títulos europeus.

Às 9h22, no mercado de juros, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 tinha taxa de 15,045%, de 15,009% no ajuste anterior. Já  o DI para janeiro de 2027 indicava 15,540% , de 15,408% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2029 apontava abre a 15,270%, de 15,117% no ajuste anterior, segundo informações do Broadcast.

No fechamento da segunda-feira (16), o dólar renovou o seu recorde histórico, mesmo após intervenções do BC, e encerrou a sessão em alta de 1,03% a R$ 6,093. Ao longo da sessão, a moeda oscilou entre máxima a R$ 6,0986 e mínima a R$ 6,0261.

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