O dólar hoje fechou em leve alta, com as atenções do mercado na votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Nesta sexta-feira (19), a moeda americana subiu 0,11% a R$ 5,5297, depois de atingir máxima a R$ 5,5463. Na semana, registrou ganhos de 2,20% e atingiu o maior valor de encerramento desde o dia 1º de agosto, então a R$ 5,5456.
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o dólar se fortaleceu nos mercados internacionais nesta sessão, refletindo os desdobramentos da decisão do Banco do Japão (BoJ) de elevar os juros de 0,50% para 0,75% ao ano, dando sequência ao processo de retirada gradual dos estímulos monetários após quase 17 anos de juros zero ou negativos. Foi a segunda alta dos juros em 2025, após o ajuste feito em janeiro.
“O fortalecimento do dólar no exterior, refletido na alta do índice DXY, e o aumento dos rendimentos dos Treasuries (títulos públicos americanos), reduziram o apetite por moedas emergentes e favoreceram a recomposição de posições defensivas no câmbio”, afirma Shahini.
Por aqui, o Congresso Nacional aprovou, pouco antes do fechamento do câmbio, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026. O texto fixa despesas de R$ 6,543 trilhões, além de estipular um superávit de R$ 34,5 bilhões. O número é R$ 200 milhões acima do centro da meta fiscal para o ano, fixada em R$ 34,3 bilhões.
O Orçamento foi aprovado após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negociar um calendário de pagamento de emendas com os parlamentares e ter aprovado um projeto de corte em benefícios tributários e taxação de bets, fintechs e Juros Sobre Capital Próprio (JCP), com arrecadação extra de aproximadamente R$ 20 bilhões.
Dados e falas de dirigente do Fed ficam em destaque nos EUA
Nos Estados Unidos, diferentes dados foram monitorados. O índice de sentimento do consumidor elaborado pela Universidade de Michigan subiu para 52,9 em dezembro, ante 51 em novembro, segundo levantamento final divulgado pela instituição nesta sexta-feira. O resultado veio abaixo da previsão de analistas consultados pela FactSet, de 53,4, e da leitura preliminar, de 53,3.
Já as vendas de moradias usadas nos Estados Unidos subiram 0,5% em novembro ante outubro, para o ritmo anual sazonalmente ajustado de 4,13 milhões de unidades, segundo pesquisa da Associação Nacional de Corretoras (NAR, na sigla em inglês). O número ficou aquém da expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que previam uma alta de 0,7%.
Falas do presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, também estiveram no radar. Ele disse não ter “senso de urgência” para novas mudanças na política monetária e avaliou que, atualmente, ela está “em um bom lugar”, em entrevista para a CNBC nesta sexta-feira. Segundo ele, a posição do banco central americano é boa para analisar dados.
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“O pano de fundo internacional segue marcado pela leitura de que o Fed deve manter postura cautelosa, avaliando o ritmo de cortes de juros em 2026. A inflação americana, já divulgada, mostrou sinais de desaceleração, mas ainda não suficientes para afastar totalmente a preocupação com pressões persistentes”, destaca Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas.
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