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Dólar hoje dispara aos R$ 5,85 com vitória de Donald Trump nos EUA

Às 09h06, o dólar à vista bateu R$ 5,8509, na máxima, com alta de 1,78%

Dólar hoje dispara aos R$ 5,85 com vitória de Donald Trump nos EUA
(Foto: Adobe Stock)

O dólar hoje iniciou a sessão desta quarta-feira (06) com um salto de 1,46% frente o real, a R$ 5,8324. O estresse no câmbio reflete a vitória do ex-presidente republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos.

Às 09h06, o dólar à vista bateu R$ 5,8509, na máxima, com alta de 1,78%.

O câmbio tende a ter uma sessão de volatilidade, acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior. Por aqui, investidores ainda aguardam sinais do governo em relação ao andamento da discussão fiscal. Sem um anúncio do prometido pacote de corte de gastos públicos, a tendência é que o real tenha um dia negativo.

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Nesta quarta-feira, investidores brasileiros acompanham ainda a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à Selic. A expectativa do mercado é que o grupo eleve a taxa de juros do País em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano.

Por que a eleição de Trump nos EUA faz o dólar subir

A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos deve potencializar a valorização do dólar frente a moedas globais. Como mostramos aqui, o republicano tem propostas econômicas mais protecionistas, incluindo o aumento de imposto de importação, com tarifas mais elevadas para a China. A possibilidade de manutenção dessas tensões comerciais tende a sustentar a demanda por ativos seguros, favorecendo a moeda americana.

Isso já era esperado no mercado e vinha pressionando o câmbio dias antes da eleição. Agora, com a vantagem republicana também no Congresso americano, essa expectativa começa a se materializar.

“Ao encampar uma agenda claramente nacionalista e isolacionista do mundo, tal resultado, em um primeiro momento, é extremamente favorável ao dólar e as ações americanas, que deverão se beneficiar de novas rodadas de estímulos tributários e afrouxamento fiscal, o que eleva os juros americanos”, explica Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.

O especialista explica que a conjuntura de dólar forte e aumento na curva de juros nos EUA eleva a percepção de risco e cria vulnerabilidades adicionais para os mercados emergentes, como o Brasil. O resultado disso é a depreciação de suas moedas.

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Um outro ponto que joga a favor de um dólar mais forte no novo mandato de Trump é a inflação. O entendimento do mercado é que a agenda econômica apresentada na campanha é inflacionária; e, com a maioria republicana no Congresso, essas propostas podem ter maior facilidade de sair do papel.

“Com Trump eleito, as expectativas do mercado incluem a possibilidade de um retorno à sua abordagem ‘America First’, que pode significar a continuidade ou até a expansão das tarifas sobre produtos chineses. Se ele decidir aumentar as tarifas em 60% para a China e 10% para outros países, conforme ventilado, isso resultaria em uma pressão inflacionária elevada”, destaca JR Belardo, sócio e especialista em câmbio na Duo Digital.

O aumento da inflação implicaria em taxas de juros mais altas por mais tempo nos EUA, o que, por consequência, mantém o dólar valorizado.

E este não é um impacto sentido apenas no Brasil. O índice DXY, que compara as flutuações do dólar em relação a seis dividas relevantes como euro, libra e ienes, tinha alta de 1,52%, aos 104,99 pontos. O índice chegou a tocar a máxima em quatro meses.

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As divisas das economias emergentes também sofrem. Às 06h58, o dólar era negociado a 20,7141 pesos mexicanos; a moeda do México opera no menor nível desde julho de 2022.

Às 06h52 desta quarta-feira, o dólar subia a 7,1589 yuans onshore. É o maior valor contra a moeda da China desde 15 de agosto.