(Paula Dias, Estadão Conteúdo) — O dólar terminou o dia praticamente estável, com o mercado em compasso de espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, amanhã. Do aguardado discurso os investidores querem extrair pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária na sua política de juros. Em meio à expectativa, operadores informaram que movimentos do comércio exterior acabaram por exercer maior influência sobre as cotações, o que justificaria a instabilidade vista desde o período da manhã.
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No fechamento do dia, o dólar à vista ficou em R$ 5,1121, com ganho de 0,02%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em setembro recuava 0,11% às 17h19, aos R$ 5,1185. Já o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, apresentava baixa de 0,25%.
Na mínima do dia, registrada pela manhã, o “spot” chegou aos R$ 5,0869 (-0,48%). Na máxima, também no período matutino, bateu R$ 5,1429 (+0,62%). Segundo operadores, essa faixa de oscilação é formada pela atratividade do dólar quando a cotação cai abaixo de R$ 5,10 e o acionamento das ordens de venda quando a divisa supera os R$ 5,12.
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Segundo Elson Gusmão, analista de câmbio da Ourominas, compras realizadas por importadores contribuíram para a maior pressão no período da tarde, mas ocorreram de maneira pontual. “O que predominou foi mesmo a expectativa em torno do simpósio de Jackson Hole, uma vez que amanhã a fala de Jerome Powell deverá mexer com os mercados”, afirma.
Para Ideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, o clima de cautela não se restringe apenas ao discurso de Powell, mas também por conta de diversos drivers potenciais que estão presentes no cenário. “Provavelmente o discurso do presidente do Fed não vai trazer as respostas que o mercado espera. Ainda há muitos dados econômicos a serem divulgados até a reunião de política monetária em setembro”, disse o profissional.
Pela manhã, os destaques ficaram com indicadores da economia americana. A segunda revisão do PIB dos EUA mostrou contração a ritmo anualizado de 0,6% no segundo trimestre, pior que a previsão dos analistas (-0,5%), mas melhor que o encolhimento de 0,9% na primeira prévia do indicador. A inflação medida pelo PCE foi revisada para cima, à taxa anualizada de 7,1% no segundo trimestre e o núcleo avançou a 4,4% na mesma base comparativa.