A presidente do Fed da Filadélfia, Anna Paulson, demonstrou maior preocupação com a fragilidade do mercado de trabalho do que com os riscos de alta da inflação, em discurso na Câmara do Comércio de Delaware nesta sexta-feira. Segundo ela, a oferta de mão de obra tem diminuído ao mesmo tempo que a demanda tem arrefecido.
“Parte importante disso [mudança no mercado de trabalho] foram as mudanças na política de imigração, que reduziram substancialmente o número de trabalhadores que entram na força de trabalho a cada mês”, disse. “Outros dados também apontam para um mercado de trabalho menos dinâmico”, acrescentou.
O mercado monitora falas de dirigentes que divergiram da decisão do banco central americano desta semana. Austan D. Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, e Jeffrey R. Schmid, presidente do Fed de Kansas, votaram para manter os juros estáveis. Já o diretor Stephen Miran votou para reduzir as taxas em 50 pontos-base.
Em comunicado, Goolsbee, disse que discordou do corte de juros de 25 pontos-base por considerar “mais prudente esperar por mais informações” antes de reduzir a taxa novamente. Ele lembrou que votou por cortes em setembro e outubro, mas disse que a falta de dados recentes, sobretudo de inflação, tornou precipitada a nova decisão.
Ele ressaltou ainda que a inflação segue acima da meta e que seu progresso “estagnou por vários meses”. Para ele, não havia urgência em cortes de juros, já que os indicadores mostram crescimento estável, com um mercado de trabalho apenas moderadamente arrefecido e ainda comparável a expansões anteriores.
Já Schmid afirmou que a inflação americana permanece muito alta, a economia mostra um impulso contínuo e o mercado de trabalho – embora esteja esfriando – segue em grande parte equilibrado, o que justifica seu voto por uma manutenção dos juros na reunião de dezembro.
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“Considero a postura atual da política monetária apenas moderadamente restritiva, se é que é restritiva. Com essa avaliação, minha preferência foi manter a meta para a taxa básica de juros inalterada na reunião desta semana”, disse, ao acrescentar que, para ele, pouco mudou desde a decisão de outubro. “Não alterei fundamentalmente minha visão sobre a economia em relação a outubro”, mencionou.
Volume de serviços no Brasil vem em linha com estimativas
No Brasil, o volume de serviços prestados subiu 0,3% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio igual a mediana dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, com intervalo entre uma queda de 0,1% a uma alta de 0,5%. Os dados oficiais constam na Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com outubro de 2024, houve avanço de 2,2% em outubro, já descontado o efeito da inflação. Nesse caso, o resultado veio abaixo da mediana das projeções, de crescimento de 2,8%, com piso de estabilidade e teto de alta de 3,3%.
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