O dólar hoje fechou estável, após investidores acompanharem falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em coletiva de imprensa. A moeda americana encerrou o dia no zero a zero cotada a R$ 5,3595 no mercado doméstico de câmbio. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a seis divisas relevantes, subiu 0,5% aos 99,207 pontos.
O Federal Reserve cortou os juros americanos em 25 pontos-base para a faixa entre 3,75% a 4% ao ano, como esperado pelo mercado. A decisão ocorre em meio à segunda maior paralisação do governo dos Estados Unidos na história, que chegou hoje ao 29º dia e manteve suspensa a publicação de dados oficiais importantes da economia americana. Para a reunião deste mês, os dirigentes do Fed tiveram acesso apenas à leitura mensal do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro.
Em entrevista coletiva, Powell disse que uma “redução dos juros em dezembro não é certa” e que a política monetária não está em um curso predeterminado. Ainda segundo ele, as perspectivas para a inflação e o mercado de trabalho nos EUA não mudaram muito desde setembro, apesar da ausência de dados por conta da paralisação do governo.
“As condições no mercado de trabalho parecem estar se arrefecendo gradualmente, e a inflação permanece um pouco elevada”, disse durante a coletiva.
A decisão do Fed não foi unânime. Dos dirigentes com direito a voto – o diretor Stephen Miran e o presidente da distrital de Kansas City, Jeffrey Schmid –divergiram da decisão. Miran, que acumula o cargo de presidência do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca e já criticou diversas vezes o nível elevado das taxas, votou por uma redução maior, de 50 pontos-base. Já Schmid defendeu manutenção dos juros no nível de 4% a 4,25%.
Para Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, apenas eventos extremos poderiam demover o Fed de realizar mais um corte de 25 pontos-base. “No entanto, o cenário para 2026 permanece aberto. De um lado, ainda não está clara a magnitude do esfriamento no mercado de trabalho. De outro, não sabemos se os impactos do tarifaço vão eventualmente impactar a trajetória da inflação de forma mais contundente”, diz.
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