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Dólar hoje: moeda fecha em queda pelo 3º pregão seguido

Divisa acompanha o recuo das taxas dos Treasuries

Dólar hoje: moeda fecha em queda pelo 3º pregão seguido
Dólar (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar emendou o terceiro pregão consecutivo de baixa firme no mercado doméstico de câmbio na sessão desta terça-feira (23), acompanhando a onda de enfraquecimento global da moeda americana e o recuo das taxas dos Treasuries. Sinais de perda de força da economia do EUA, após a divulgação de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) referentes a abril, elevaram as chances de o Federal Reserve promover dois cortes da taxa de juros neste ano.

Tirando um movimento limitado de alta na primeira hora de negócios, antes da divulgação de indicadores americanos, a divisa trabalhou em queda no restante do pregão. Com aprofundamento das perdas ao longo da tarde, em sintonia com o exterior, o dólar registrou mínima a R$ 5,1195. No fim do dia, a moeda recuava 0,74%, a R$ 5,1304 – menor valor de fechamento em dez dias.

Nos três últimos pregões, a divisa acumulou queda de 2,28%. Em abril, contudo, o dólar ainda apresenta valorização de 2,29% ante o real. No exterior, o índice DXY – que mede o desempenho da moeda americana em relação a seis divisas fortes, em especial o euro – voltou a trabalhar abaixo da linha dos 106,000 pontos, com mínima aos 105,614 pontos.

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Entre as principais divisas emergentes e de países exportadores de commodities, os maiores ganhos foram do peso mexicano e do real. Trata-se de uma recuperação esperada dado que ambas as moedas ainda acumulam as piores perdas entre emergentes no mês. “O movimento de alta do dólar foi muito forte na semana passada e está sendo revertido aos poucos. O dólar está voltando também em relação a outras moedas. E aqui os exportadores estão trazendo recursos para aproveitar a taxa de câmbio mais alta”, afirma o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. “O BC acertou em não intervir. Os fundamentos mudaram e não fazia sentido atuar para mascarar esse processo”.

Nos EUA, o PMI composto divulgado pela S&P Global caiu de 52,1 em março para 50,9 em abril, no menor nível em quatro meses. Analistas esperavam alta para 52,5. O PMI Industrial recuou de 51,9 para 49,9. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade. Ferramenta dos CME Group mostrou aumento das chances de redução de 50 pontos-base de juros pelo Fed neste ano, que passaram a se situar um pouco acima das apostas em corte de apenas 25 pontos-base. “Esses PMIs são geralmente dados secundários. Mas hoje fizeram preço. Isso mostra o mercado muito sensível a qualquer informação marginal depois de o próprio Fed dizer que está mais ‘data dependent”, afirma Lima, ressaltando que, em fala na semana passada, o presidente do BC americano, Jerome Powell, adotou um tom mais conservador, evitando se comprometer com queda dos juros neste ano.

Na sexta-feira (26), sai o índice preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo Fed. Para Lima, dados de atividade e inflação nos EUA, que vão balizar as apostas em torno dos próximos passos do Fed, ainda são determinantes para a trajetória do dólar. Não se pode desconsiderar, contudo, os impactos dos “fatores idiossincráticos” domésticos.

Apesar do fortalecimento da moeda americana no exterior em abril, o real poderia ter se depreciado menos não fossem questões locais, como a novela em torno dos dividendos da Petrobras e a mudança das metas fiscais no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). No momento, as atenções se voltam para os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para desmontar a pauta-bomba no Congresso que pode engordar os gastos em R$ 70 bilhões. Após reunião hoje com o presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), Haddad disse houve acordo para votação do projeto de lei que reformula o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), com custo fixo de R$ 15 bilhões até 2026.

Para o Citi, o aumento do risco fiscal local ajuda a explicar a depreciação recente do real e deve levar o dólar a oscilar em torno de R$ 5,10 no fim de 2024. Antes, o banco esperava que a taxa de câmbio se mantivesse abaixo de R$ 5,00, dada a solidez das contas externas. “A depreciação do real, combinada a um aumento do CDS Credit Default Swap do Brasil acima da média dos emergentes, indica que os preços dos ativos domésticos não estão reagindo só a fatores externos”, diz o banco.

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