Dólar hoje sobe a R$ 5,63 em dia de leilão do BC, com dados econômicos no Brasil e exterior

Por Murilo Melo

30/08/2024 | 17:19 Atualização: 30/08/2024 | 17:22

O dólar hoje anotou alta de 0,21%, a R$ 5,6350, no fim do pregão desta sexta (30). Pela manhã, o câmbio abriu sendo comercializado a R$ 5,5813, uma queda de 0,74% se comparado à véspera, mas, ao longo do dia, inverteu o sinal e passou a subir após o leilão da moeda americana promovido às 9h30 pelo Banco Central. Às 11h10, o câmbio estava cotado a R$ 5,647, uma alta de R$ 0,42%. Esta sexta-feira (30) é o quinto dia consecutivo em que o mercado fecha com o real desvalorizado frente ao dólar.

Hoje, os investidores repercutem o índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que é o indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para orientar suas decisões sobre taxas de juros. O PCE aumentou 0,2% em julho. Esse resultado representa uma leve aceleração em comparação com o mês de junho, quando houve um crescimento de 0,1%. A informação foi divulgada pelo Escritório de Análise Econômica dos EUA (BEA, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (30).

O desempenho do PCE veio de acordo com as previsões dos especialistas. Na comparação anual, o índice PCE subiu 2,5%, mantendo o mesmo ritmo de crescimento observado em junho.

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O núcleo do PCE, que não considera os preços de alimentos e energia, registrou uma alta de 0,2% em julho, conforme esperado pelo mercado. Este dado também mostrou um aumento de 0,2% em junho. Na comparação anual, o núcleo do PCE ficou em 2,6%, mantendo-se no mesmo nível de junho (2,6%) e abaixo da expectativa dos analistas, que era de 2,7%.

O mercado ainda analisa, desde a manhã de quinta-feira (29), os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. A economia americana apresentou um crescimento maior do que o inicialmente estimado no segundo trimestre, impulsionado por um aumento nos gastos dos consumidores e pela recuperação dos lucros empresariais, fatores que devem contribuir para manter a expansão econômica.

O Departamento de Comércio informou que o PIB foi revisado para uma taxa de crescimento de 3% no segundo trimestre. Esta revisão é superior à estimativa anterior de 2,8%, divulgada no mês passado. No primeiro trimestre, a economia dos EUA cresceu 1,4%.

BC vende US$ 1,2 bilhão em leilão; taxa de desemprego diminui para 6,8%, e mais

No Brasil, o Banco Central (BC) anunciou que conseguiu vender US$ 1,5 bilhão em leilão de dólares promovido no mercado de câmbio à vista na manhã desta sexta-feira (30), marcando a primeira intervenção desse tipo durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República. A medida, tomada em meio a um ambiente de incerteza econômica tanto no Brasil quanto no exterior, visa estabilizar a taxa de câmbio do real frente ao dólar.
Ontem, o mercado de câmbio experimentou um aumento de estresse, que muitos participantes atribuíram a fatores internos e a uma antecipação de questões técnicas, como a formação da taxa Ptax de final de mês e o rebalanceamento do EWZ (o MSCI Brazil ETF), que pode causar um fluxo de saída hoje.
O mercado de trabalho segue apresentando sinais de fortalecimento e atingindo novos recordes. No trimestre de maio a julho de 2024, a taxa de desemprego diminuiu para 6,8%, uma queda de 0,7 ponto percentual em comparação com o trimestre encerrado em abril, quando estava em 7,5%. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, essa é a menor taxa registrada para um trimestre encerrado em julho desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, que começou em 2012. O número de pessoas desempregadas caiu para 7,4 milhões, o menor contingente de pessoas em busca de trabalho no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) divulgou, na manhã de hoje, que o Indicador de Incerteza da Economia Brasil (IIE-Br) referente ao mês de agosto caiu 2,5 pontos, indo para 107,8. O indicador volta a ficar, depois de três meses, abaixo dos 110 pontos, avaliação de incerteza moderada. Na métrica de médias móveis trimestrais o IIE recuou 1,7 ponto e foi para 109,6 pontos.
Em julho, o IIE-Br registrou uma queda de 0,3 ponto, alcançando 110,3 pontos. No cálculo das médias móveis trimestrais, o indicador apresentou um aumento de 1,3 ponto, atingindo 111,3 pontos.
Desde quarta-feira (28), os investidores repercutem a indicação de Gabriel Galípolo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central. O atual diretor de Política Monetária do BC deve substituir Roberto Campos Neto. Gabriel Galípolo deve ser sabatinado no Senado no dia 9 de setembro, de acordo com informações obtidas pela jornalista Julia Duailibi, da GloboNews. Nesta sexta-feira (30), Lula encaminhou formalmente ao Senado Federal a indicação de Galípolo. O despacho foi publicado no Diário Oficial da União.
Após passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, posteriormente Galípolo precisará ser aprovado pelo plenário da Casa, em votação secreta. A indicação já era aguardada pelo mercado. Galípolo chegou a antecipar seu retorno a Brasília após uma viagem, ficando de prontidão a pedido do presidente.