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Dólar hoje fecha em alta, a R$ 5,58, com preocupação do mercado com ajuste das contas públicas

No exterior, mercados avaliaram a decisão sobre juros na Europa e auxílio-desemprego dos EUA; confira como se comportou a moeda americana durante o pregão

Dólar hoje fecha em alta, a R$ 5,58, com preocupação do mercado com ajuste das contas públicas
Foto: Adobe Stock
  • Expectativa de bloqueio abaixo de R$ 10 bilhões no relatório bimestral pressiona o real
  • Haddad informou que Lula autorizou estudos para cortar R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025
  • BCE manteve taxa em 3,75%; pedidos de auxílio-desemprego nos EUA superaram expectativas

O dólar hoje subiu 1,74% e chegou a ser negociado a R$ 5,580 no fechamento do pregão. Na abertura do mercado nesta quinta-feira (18), a moeda americana começou o dia oscilando entre altas e baixas num curto espaço de tempo. Às 9h, a moeda registrou R$ 5,496, mas às 9h5, o câmbio caía 0,01%, cotado em R$ 5,4825. Ontem, o dólar fechou o mercado com alta de 1%, cotada a R$ 5,483.

O motivo da moeda americana ter revertido hoje as baixas nos últimos dias se deve às discussões em torno do orçamento e da inflação tanto no cenário internacional como doméstico. À medida que os investidores retomam posições defensivas no Brasil, o mercado se torna mais preocupado com o ajuste das contas públicas brasileiras.

Além da valorização do dólar em relação a outras moedas fortes, que elevou o índice DXY (que compara a divisa dos Estados Unidos a uma cesta de rivais) a picos diários, o real enfrenta pressão devido à expectativa de que o bloqueio no relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado no dia 22, ficará abaixo de R$ 10 bilhões. Esse valor é considerado insuficiente pelos economistas.

Nesta quinta-feira à tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu autorização para que sua equipe avance na análise de medidas legais para implementar um corte de R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025, segundo informações do Estadão.

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Haddad indicou que ainda não há decisão sobre se essas mudanças serão realizadas por meio de um projeto de lei ou de Medida Provisória (MP), mas o objetivo é que a questão seja resolvida antes do envio da proposta orçamentária do próximo ano. Parte dos ajustes necessários poderá ser incluída no parecer do senador Jaques Wagner (PT-BA), que está encarregado da proposta de compensação pela desoneração da folha de pagamentos.

O ministro da Fazenda revelou que a questão foi discutida em reunião com o presidente no Palácio do Planalto na manhã de hoje. Haddad mencionou que o encontro abordou investimentos “necessários” para a verificação dos cadastros dos programas e as ações a serem tomadas para o progresso do plano de cortes anunciado há duas semanas.

Sobre o Orçamento de 2025, Haddad explicou que os limites por pasta já foram definidos pelo Ministério do Planejamento. “O que nós estamos fazendo é colocar os limites orçamentários nos termos do arcabouço fiscal. A divisão entre ministérios é uma negociação que cabe mais ao Planejamento fazer”, declarou o ministro.

Decisões do BCE e dados de desemprego entram no radar do dólar hoje

No cenário internacional, os mercados avaliavam a decisão do Banco Central Europeu (BCE) e os dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos. O BCE optou por manter a taxa de depósito em 3,75%, conforme previsto pelos analistas, após um corte de 25 pontos-base na reunião anterior, iniciando um ciclo de afrouxamento monetário. A autoridade monetária reafirmou seu compromisso de trazer a inflação da zona do euro para a meta de 2%, garantindo que os juros permanecerão restritivos pelo tempo necessário, mas sem sinalizar futuras ações.

Nos EUA, os investidores analisavam novos dados de auxílio-desemprego que superaram as expectativas, indicando uma moderação no mercado de trabalho. O Departamento de Trabalho reportou um aumento de 20 mil pedidos iniciais, totalizando 243 mil, acima da previsão de 230 mil.

Esses dados, combinados com uma inflação mais branda no segundo semestre, podem apoiar a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em setembro. Operadores estão considerando um corte inicial nesse mês, com a possibilidade de mais dois cortes até o fim do ano. Menores juros do Fed poderiam tornar o dólar menos atrativo, dado que os rendimentos dos Treasuries (títulos de dívida pública americana) diminuem.

Apesar dessas expectativas, o índice do dólar hoje, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas (DXY), subia 0,22%, alcançando 103,900.

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