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- Expectativa de bloqueio abaixo de R$ 10 bilhões no relatório bimestral pressiona o real
- Haddad informou que Lula autorizou estudos para cortar R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025
- BCE manteve taxa em 3,75%; pedidos de auxílio-desemprego nos EUA superaram expectativas
O dólar hoje subiu 1,74% e chegou a ser negociado a R$ 5,580 no fechamento do pregão. Na abertura do mercado nesta quinta-feira (18), a moeda americana começou o dia oscilando entre altas e baixas num curto espaço de tempo. Às 9h, a moeda registrou R$ 5,496, mas às 9h5, o câmbio caía 0,01%, cotado em R$ 5,4825. Ontem, o dólar fechou o mercado com alta de 1%, cotada a R$ 5,483.
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O motivo da moeda americana ter revertido hoje as baixas nos últimos dias se deve às discussões em torno do orçamento e da inflação tanto no cenário internacional como doméstico. À medida que os investidores retomam posições defensivas no Brasil, o mercado se torna mais preocupado com o ajuste das contas públicas brasileiras.
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Além da valorização do dólar em relação a outras moedas fortes, que elevou o índice DXY (que compara a divisa dos Estados Unidos a uma cesta de rivais) a picos diários, o real enfrenta pressão devido à expectativa de que o bloqueio no relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado no dia 22, ficará abaixo de R$ 10 bilhões. Esse valor é considerado insuficiente pelos economistas.
Nesta quinta-feira à tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu autorização para que sua equipe avance na análise de medidas legais para implementar um corte de R$ 25,9 bilhões no Orçamento de 2025, segundo informações do Estadão.
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Haddad indicou que ainda não há decisão sobre se essas mudanças serão realizadas por meio de um projeto de lei ou de Medida Provisória (MP), mas o objetivo é que a questão seja resolvida antes do envio da proposta orçamentária do próximo ano. Parte dos ajustes necessários poderá ser incluída no parecer do senador Jaques Wagner (PT-BA), que está encarregado da proposta de compensação pela desoneração da folha de pagamentos.
O ministro da Fazenda revelou que a questão foi discutida em reunião com o presidente no Palácio do Planalto na manhã de hoje. Haddad mencionou que o encontro abordou investimentos “necessários” para a verificação dos cadastros dos programas e as ações a serem tomadas para o progresso do plano de cortes anunciado há duas semanas.
Sobre o Orçamento de 2025, Haddad explicou que os limites por pasta já foram definidos pelo Ministério do Planejamento. “O que nós estamos fazendo é colocar os limites orçamentários nos termos do arcabouço fiscal. A divisão entre ministérios é uma negociação que cabe mais ao Planejamento fazer”, declarou o ministro.
Decisões do BCE e dados de desemprego entram no radar do dólar hoje
No cenário internacional, os mercados avaliavam a decisão do Banco Central Europeu (BCE) e os dados de auxílio-desemprego dos Estados Unidos. O BCE optou por manter a taxa de depósito em 3,75%, conforme previsto pelos analistas, após um corte de 25 pontos-base na reunião anterior, iniciando um ciclo de afrouxamento monetário. A autoridade monetária reafirmou seu compromisso de trazer a inflação da zona do euro para a meta de 2%, garantindo que os juros permanecerão restritivos pelo tempo necessário, mas sem sinalizar futuras ações.
Nos EUA, os investidores analisavam novos dados de auxílio-desemprego que superaram as expectativas, indicando uma moderação no mercado de trabalho. O Departamento de Trabalho reportou um aumento de 20 mil pedidos iniciais, totalizando 243 mil, acima da previsão de 230 mil.
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Esses dados, combinados com uma inflação mais branda no segundo semestre, podem apoiar a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em setembro. Operadores estão considerando um corte inicial nesse mês, com a possibilidade de mais dois cortes até o fim do ano. Menores juros do Fed poderiam tornar o dólar menos atrativo, dado que os rendimentos dos Treasuries (títulos de dívida pública americana) diminuem.
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Apesar dessas expectativas, o índice do dólar hoje, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis moedas (DXY), subia 0,22%, alcançando 103,900.