Veja o desempenho do dólar na sessão. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje fechou em alta no mercado local, contrariando o desempenho da moeda americana no exterior. Nesta segunda-feira (15), a divisa subiu 0,21% a R$ 5,4219, de olho no Boletim Focus e no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), prévia do PIB. Nos Estados Unidos, falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) voltaram a ficar no radar.
“O fraco desempenho das commodities em mais um dia de queda do petróleo, após desvalorização de 4% na semana passada, limitou a valorização do real trazendo o câmbio próximo à estabilidade na sessão de hoje”, explica Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O IBC-Br de outubro apresentou queda de 0,25% ante setembro, contrariando a mediana das expectativas da pesquisa Projeções Broadcast, de alta de 0,10%. As estimativas do mercado iam de queda de 0,50% a alta de 0,56%.
“O cenário aponta para uma desaceleração já consolidada da atividade econômica, ainda que não intensa o suficiente para indicar uma recessão no horizonte. Essa deterioração, combinada à desinflação recente, reforça nossa expectativa de início dos cortes da Selic no primeiro trimestre, em especial na reunião de janeiro”, avalia André Valério, economista sênior do Inter.
Agora o mercado aguarda a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a ser divulgada na terça-feira (16), que pode fornecer maiores sinalizações sobre os rumos da Selic.
No Boletim Focus, a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 caiu de 4,40% para 4,36%. A taxa está 0,14 ponto porcentual abaixo do teto da meta, de 4,50%. Há um mês, era de 4,46%. Já a projeção para a Selic no fim de 2026 passou de 12,25% para 12,13%. Um mês atrás, estava em 12,25%.
Atenções ficam sobre o Fed nos EUA
Declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mexeram com o mercado. O republicano afirmou estar inclinado a escolher o ex-governador do Fed, Kevin Warsh, ou o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, para liderar o banco central americano no próximo ano, em entrevista no Salão Oval.
Trump disse que Warsh está no topo da sua lista, mas que “os dois Kevins são ótimos”. Fontes revelaram que o republicano pressionou Warsh em reunião para saber se poderia confiar nele para corta as taxas de juros, informação que Trump confirmou ao The Wall Street Journal. O republicano afirmou acreditar que o próximo presidente do Fed deve consultá-lo sobre como definir os juros. Também sinalizou esperar queda das taxas para 1% ou menos daqui um ano, para ajudar a reduzir a dívida do governo.
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Nesta segunda-feira, o diretor do Fed Stephen Miran reforçou que, apesar do corte na taxa de juros de 25 pontos-base realizado na semana passada, a política monetária americana segue “muito restritiva”. Ele argumentou que a inflação subjacente do país já está próxima da meta de 2% e ressaltou que não vê as tarifas como o “fator principal” que possam elevar a inflação nos EUA.
Já o presidente do Fed de Nova York, John Williams, avaliou que o banco central americano passou de uma postura modestamente restritiva para uma posição neutra da política monetária, após a decisão de juros de dezembro, em discurso preparado para um evento da Associação Bancária de Nova Jersey nesta segunda-feira. Para ele, a política monetária está “bem posicionada” para iniciar o próximo ano.
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