(Gabriel Bueno da Costa, Estadão Conteúdo) – O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu hoje, com investidores atentos a indicadores dos Estados Unidos, como o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês). O maior foco do dia, porém, foi o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, em Jackson Hole, com renovado compromisso de combate à inflação, mesmo com provável perda de fôlego na atividade diante disso.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 137,47 ienes, o euro caía a US$ 0,9967 e a libra recuava a US$ 1,1741. O índice DXY registrou alta de 0,31%, a 108,803 pontos, com ganho de 0,59% na comparação semanal.
O dólar oscilava no início do dia, mas passou a recuar mais ante moedas rivais após o PCE, medida de inflação preferida do Fed. O índice recuou 0,1% em julho ante junho nos Estados Unidos, com o núcleo subindo um pouco abaixo do esperado. A Pantheon considerou o dado um sinal positivo para a inflação, mas disse que ainda não é possível afirmar se o Fed elevará os juros em 50 ou 75 pontos-base em setembro, a depender dos próximos indicadores, sobretudo de inflação e emprego.
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Entre os dirigentes do Fed, Raphael Bostic (Atlanta) disse que se os próximos dados vierem fracos, como o PCE de hoje, pode defender uma alta de 50 pontos-base nos juros. Já o presidente do Fed, Jerome Powell, fez seu aguardado discurso no simpósio de Jackson Hole. Em sua fala, Powell ressaltou o compromisso de levar a inflação de volta à meta de 2%, argumentando ainda contra uma reversão rápida da política monetária mais adiante.
Após Powell e em meio a outras declarações de dirigentes do Fed, o dólar retomou fôlego. A Capital Economics afirmou em relatório que a divisa americana exibia ganhos ante a maioria das moedas principais, após Powell reforçar a postura do Fed contrária a uma reversão rápida da política monetária. Em linha similar, a Fitch viu o discurso de Powell como um claro argumento contra apostas do mercado de que o Fed acabará por cortar juros em 2023.
O euro, por sua vez, caiu no dia pressionado pelo Fed. Os investidores da moeda comum, porém, monitoravam notícias segundo as quais o Banco Central Europeu (BCE) poderia optar por aperto mais forte nos juros em setembro, para conter a inflação na zona do euro.