(Ilana Cardial, Estadão Conteúdo) — O dólar se enfraqueceu ante rivais nesta segunda-feira, enquanto operadores aguardam o resultado mais recente do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) consideradas hawkish apoiaram a alta do euro em relação à divisa americana. O iene, por sua vez, voltou a cair.
O índice DXY registrou queda de 0,62%, a 108,330 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 142,76 ienes, o euro avançava a US$ 1,0121 e a libra tinha alta a US$ 1,1682.
Em relatório, o Brown Brothers Harriman (BBH) diz considerar a atual venda de dólar como uma correção natural e mantém sua previsão de força da moeda. “Em nossa visão, nada mudou fundamentalmente e o cenário global continua a favorecer o dólar e ativos dos Estados Unidos de modo geral”, afirma.
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Analista da Oanda, Edward Moya comenta que a divisa norte-americana está tomando fôlego, após rali recente, à medida que operadores ajustam suas apostas sobre o pico de aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). “O euro está fazendo sua parte de mandando o dólar ainda mais para baixo com um BCE que parece estar posicionado para ser bem mais agressivo em seu aperto monetário”, diz Oanda.
Hoje, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, reiterou que o número e tamanho de novas altas de juros pela instituição dependerão de indicadores econômicos futuros. “Não sei quanto as taxas de juros irão subir”, afirmou Guindos, durante evento do jornal espanhol El Norte de Castilla. Já a dirigente Isabel Schnabel disse que a expectativa é de hajam aumentos da taxa nas próximas reuniões e prevê que a inflação ao consumir ainda não atingiu seu pico na zona do euro, apesar do salto anual recorde de 9,1% em agosto.
À espera do resultado do CPI dos EUA, nesta terça-feira, o dólar caiu para os níveis mínimos de várias semanas, já que as ações globais mais altas minaram a demanda por apostas mais seguras, avalia o analista da Convera Holdings, Joe Manimbo.
Já o iene voltou a recuar ante o dólar, depois de algum alívio registrado na semana passada. A moeda tem sido penalizada pela divergência do aperto monetário global e a política frouxa do Banco do Japão (BoJ).
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