A cotação do dólar hoje fechou a sessão desta segunda-feira (06) com queda de 1,13%, a R$ 6,1125. A desvalorização da moeda americana frente o real acompanha o movimento no exterior, onde o dólar caiu de maneira generalizada pela manhã após notícias na imprensa americana indicarem que a imposição de tarifas de importação nos Estados Unidos está sendo reavaliada.
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Donald Trump toma posse como presidente dos EUA no próximo dia 20, e, durante a campanha, prometeu uma tarifação universal a produtos estrangeiros; uma proposta que gera preocupação no mercado. Segundo o jornal The Washington Post, assessores do republicano avaliam que a imposição de tarifas aconteça apenas em segmentos específicos.
A perspectiva de tarifas menos duras derruba o dólar pelo mundo. Lá fora, as perspectivas positivas com a inteligência artificial (IA) também animam os índices de ações europeus e americanos no primeiro dia útil da primeira semana completa de 2025, um otimismo que pode ajudar o mercado brasileiro.
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Perto das 11h20, Trump negou, em postagem nas redes sociais, o suposto plano de moderar tarifas nos EUA. Isso fez o dólar limitar a queda; às 11h26, na máxima da sessão, o dólar valia R$ 6,1504, com queda de 0,51%.
Logo depois, entre as 11h30 e 11h40, o Banco Central realizou um leilão de rolagem de 15 mil contratos de swap cambial, o equivalente a US$ 750 milhões. A oferta foi divida entre dois vencimentos, um em 2 de maio e outro em 3 de novembro.
Um contrato de swap cambial troca a variação do dólar por outra taxa, após um prazo determinado. O BC se compromete a pagar ao comprador do contrato a variação do dólar no período; em troca, a instituição monetária recebe a Selic acumulada no prazo. Na prática, essa é uma das ferramentas para “frear” a alta da cotação. Às 12h25, o dólar já tinha voltado a cair forte, 1,32% frente o real, a R$ 6,100.
O boletim Focus desta segunda-feira trouxe ainda revisões para as principais variáveis macroeconômicas do País, como IPCA e taxa Selic. Além da alta nas projeções para inflação e juros, o mercado também espera por um dólar mais elevado.
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A projeção para o dólar em 2025 subiu de R$ 5,96 para R$ 6,00. É a décima semana seguida de alta; há um mês, a projeção era de R$ 5,77. As expectativas para 2026 e 2027 permaneceram estáveis em R$ 5,90 e R$ 5,80, respectivamente.
“O dólar estimado em R$ 6,00 reforça a percepção de que o equilíbrio entre política monetária e fiscal será fundamental para restaurar a confiança do mercado“, destaca Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio. “As discussões sobre reforma ministerial adicionam volatilidade ao ambiente político, com o Executivo enfrentando pressões para avançar em pautas prioritárias e reduzir tensões envolvendo emendas parlamentares e pode pesar na percepção de risco do país com impacto no câmbio e ativos financeiros locais.”