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Dólar hoje: moeda volta a cair com investidores à espera de discurso do presidente do Fed

No cenário doméstico, o dia tem baixa movimentação devido ao feriado municipal de 9 de Julho, em São Paulo

Dólar hoje: moeda volta a cair com investidores à espera de discurso do presidente do Fed
Foto: Envato Elements
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  • Mercado está atento a possíveis pistas sobre as futuras taxas de juros nos Estados Unidos, que atualmente estão bastante altas, segundo economistas
  • Às 22h30, China pretende divulgar a inflação de junho, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI)
  • No Brasil, o mercado ainda repercute o anúncio do novo aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras

O dólar hoje voltou a apresentar queda após encerrar o pregão ontem em alta de 0,26% frente ao real. Às 9h40 desta terça-feira (9), enquanto investidores aguardam o pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, durante uma audiência no Senado americano, o dólar operava em baixa de 0,28%, sendo cotado a R$ 5,4568.

O mercado está atento a possíveis pistas sobre as futuras taxas de juros nos Estados Unidos, que atualmente estão bastante altas, segundo economistas. Powell deve discutir o relatório semianual de política monetária, um momento que pode confirmar ou ajustar as expectativas predominantes de uma possível redução dos juros pelo Fed em setembro. A estimativa ganhou força após os dados recentes de inflação e do mercado de trabalho sugerirem uma desaceleração.

Além da sabatina de Powell, a agenda do dia não inclui indicadores econômicos nos Estados Unidos ou no Brasil. No entanto, alguns dirigentes do Fed participam de eventos que merecem a atenção dos investidores. Michael Barr, vice-presidente para supervisão do Fed, está previsto a falar, às 10h15. Às 14h30, a diretora do Fed, Michelle Bowman, terá sua vez. Às 22h30, a China pretende divulgar a inflação de junho, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI).

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No cenário doméstico, o dia tem baixa movimentação devido ao feriado municipal de 9 de Julho, que comemora a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo. A atenção está voltada para os novos dados de inflação, que serão revelados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na quarta-feira (10). Além disso, o foco está na votação da regulamentação da reforma tributária, prevista para ocorrer nesta quarta-feira (10).

O mercado ainda repercute o anúncio do novo aumento nos preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras, com efeito a partir desta terça-feira (9). O preço do diesel não sofreu reajuste. O litro da gasolina terá um aumento de R$ 0,20, passando a custar R$ 3,01, enquanto o gás de cozinha de 13kg subirá R$ 3,10, totalizando R$ 34,70. Esse reajuste na gasolina representa uma alta de 7,11%. A variação deve se refletir em um aumento de 2,50% no preço final para o consumidor e impactar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, em julho.

No dia anterior, a moeda americana fechou com alta de 0,25%, valendo R$ 5,4755. Com isso, o dólar acumulou uma queda de 0,25% na semana, um recuo de 2,02% no mês e uma alta de 12,84% no ano.

O que afeta o dólar hoje

  • Dólar em queda nesta terça (9) após alta de 0,26% ontem; às 9h40, cotado a R$ 5,4568;
  • Investidores aguardam o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, no Senado dos EUA;
  • Expectativas sobre redução dos juros nos EUA em setembro após dados de inflação e mercado de trabalho;
  • Agenda econômica do dia sem indicadores importantes nos EUA e no Brasil;
  • Dirigentes do Fed, Michael Barr e Michelle Bowman, têm discursos programados hoje;
  • China divulgará a inflação de junho às 22h30;
  • No Brasil, baixa movimentação devido ao feriado de 9 de Julho em São Paulo;
  • Foco nos novos dados de inflação do IPCA a serem divulgados amanhã (10);
  • Votação da regulamentação da reforma tributária prevista para quarta (10);
  • Reajuste nos preços da gasolina e do gás de cozinha entra em vigor hoje; diesel sem aumento;
  • No dia anterior, o dólar fechou a R$ 5,4755; acumulando queda de 0,25% na semana, recuo de 2,02% no mês, e alta de 12,84% no ano.

Veja a agenda econômica desta semana

Ontem, foi publicado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Boletim Focus do Banco Central. O destaque será a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na quarta-feira (10), mesma data em que será divulgada a confiança do consumidor.

A expectativa é de que a inflação ultrapasse 4% no acumulado dos últimos doze meses, refletindo mais claramente os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul. As atenções estarão voltadas para os dados de vendas no varejo na quinta-feira (11) e para o crescimento do setor de serviços na sexta-feira (12), ambos elaborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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No panorama externo, a China deve divulgar a inflação ao consumidor e ao produtor na noite de hoje, enquanto os Estados Unidos devem revelar os dados de vendas no atacado e estoques de petróleo bruto na quarta-feira (10). O foco estará na quinta-feira (11), com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), balança comercial e produção industrial do Reino Unido, além da inflação ao consumidor e pedidos de seguro-desemprego nos EUA.

Os investidores estão atentos a sinais de desaceleração da inflação em doze meses, o que pode aumentar as chances de cortes nos juros ainda este ano. As projeções de consenso indicam um aumento mensal de 0,1%, após estabilidade em maio, levando o indicador a 3,1% em doze meses. Para o núcleo, que exclui preços voláteis como alimentos e energia, os analistas estimam um acréscimo de 0,2% mês a mês, igual à leitura anterior, mantendo o indicador em 3,4%.

Encerrando a semana, na sexta-feira (12), os destaques serão a produção industrial japonesa, preços ao consumidor americanos e a balança comercial chinesa.

Projeção do BC sobre dólar, inflação, juros e PIB pode impactar o dólar; entenda

A previsão do mercado financeiro é de que a cotação do dólar deve encerrar 2024 com a cotação de R$ 5,20. Essa informação consta no Boletim Focus, publicado hoje pelo Banco Central (BC), em Brasília. O relatório semanal apresenta a mediana das projeções das instituições financeiras para a economia do Brasil tanto para o ano em curso quanto para os próximos três anos.

Há quatro semanas, a projeção era de que a taxa de câmbio seria de R$ 5,05 ao final do ano. A atual previsão de R$ 5,20 se mantém igual à divulgada na edição anterior do Focus, na segunda-feira passada (1º), e está abaixo do valor de negociação atual da moeda americana. Na semana passada, o dólar fechou a R$ 5,46. No dia 2 deste mês, o dólar encerrou o pregão a R$ 5,66.

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A variação da moeda americana em relação ao real impacta diretamente a economia brasileira. Quando o câmbio está desvalorizado, ou seja, quando o dólar sobe, os produtos importados se tornam mais caros, pressionando a inflação. Contudo, isso favorece as exportações, pois torna os produtos brasileiros mais competitivos no exterior.

Quando o câmbio está valorizado, ou seja, quando o dólar cai, os produtos importados ficam mais baratos, o que pode aliviar a inflação. No entanto, isso pode prejudicar a indústria nacional, que precisa competir com produtos estrangeiros mais baratos.

Em relação à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado o índice oficial de inflação no Brasil – os analistas ouvidos pelo BC elevaram a previsão pela nona vez consecutiva. A estimativa é que o IPCA encerre 2024 em 4,02%. A projeção da semana passada era de 4% e, há quatro semanas, 3,90%.

Para 2025, o Focus desta semana indica um aumento na projeção de 3,87% para 3,88%. As projeções para 2024 e 2025 estão dentro do intervalo da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Atualmente, o IPCA acumulado em 12 meses está em 3,93%. A próxima divulgação, referente a junho, será na quarta-feira (10).

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A inflação projetada pelo Focus é um dos fatores considerados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a taxa básica de juros do País, a Selic, que serve de referência para todas as demais operações de crédito. O Copom se reúne a cada 45 dias para decidir sobre a taxa básica de juros. A última reunião ocorreu em 19 de junho. Ainda haverá mais quatro encontros do órgão este ano.

Atualmente, a Selic está em 10,5%. O mercado acredita que ela permanecerá nesse nível até o fim do ano. Para 2025, a estimativa é que a Selic termine em 9,50%. Para 2026 e 2027, o Focus projeta 9%.

O nível da Selic é importante para o desempenho da economia. Uma taxa elevada é considerada anti-inflacionária, pois encarece as operações de crédito, desestimulando o consumo. No entanto, essa retração na atividade econômica pode esfriar a economia e desestimular a geração de empregos. Por outro lado, uma taxa reduzida incentiva a obtenção de crédito e favorece o investimento, gerando emprego e renda. Porém, esse aumento de renda pode levar a uma pressão inflacionária.

Pela segunda semana consecutiva, o mercado aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que é o conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país. As instituições consultadas pelo Boletim Focus acreditam que 2024 terá um crescimento do PIB de 2,10%. Na semana passada, a estimativa era de 2,09%, o mesmo nível de quatro semanas atrás. Para o próximo ano, o mercado espera um crescimento de 1,97%, uma projeção inferior à da semana passada (1,98%) e de quatro semanas atrás (2%).

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