(Silvana Rocha, Estadão Conteúdo) – O dólar ganha força e registrou máxima a R$ 5,0390 no mercado à vista, sob pressão técnica à medida que se aproxima a primeira coleta de taxas nas mesas de operação para a formação da Ptax diária (por volta das 10 horas). Mas o ajuste positivo é limitado pela desvalorização da divisa dos EUA no exterior em meio a apetite por risco.
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Nos primeiros negócios, o mercado de câmbio operou em baixa, acompanhando a desvalorização externa da divisa americana em meio a recuo dos retornos dos Treasuries. O tombo de commodities favorece ainda a demanda por dólar, segundo operadores.
A deflação de 0,70% do IGP-M em agosto, maior que a mediana do mercado (-0,56%), é mais um indicador de preços corroborando para o anúncio de fim do ciclo de aperto da Selic em 21 de setembro.
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Lá fora, os investidores ajustam posições na moeda americana, após ganhos nas últimas sessões, em meio a temores sobre mais aumentos de juros agressivos na zona do euro e nos EUA para combater a inflação elevada.
Enquanto o índice DXY do dólar ante seis moedas relevantes acumula ganhos de cerca de 2,4% no mês, a divisa dos EUA carrega perdas de cerca de 2,6% ante o real, reagindo a ingressos de fluxo de exportadores e de investidores estrangeiros para a renda variável e o mercado de renda fixa diante de uma melhor percepção sobre o País.
Em véspera de definição da taxa Ptax de agosto, os investidores comprados em câmbio (apostaram na alta) puxam as cotações para cima, a fim de melhorar o desempenho de suas posições cambiais, de acordo com operadores do mercado.
No exterior, há pouco, o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin (não vota este ano), afirmou que a inflação nos EUA vai diminuir, mas não de forma previsível. No radar dos investidores ficam ainda falas de John Williams (presidente do Fed de NY), que pode trazer sinalizações sobre o rumo do ciclo de aperto monetário nos EUA, além de evento com o presidente do BC, Roberto Campos Neto (15h).
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Mais cedo, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane defendeu um “ritmo constante” de elevações de juros para combater a inflação recorde na zona do euro e minimizar as consequências negativas, em um aparente recuo após alguns dirigentes da instituição cogitarem um aumento de 75 pontos-base na reunião do próximo dia 8 de setembro.
Na Europa, os juros de títulos soberanos de países do bloco reduziram levemente o recuo intradia, após o índice de preços ao consumidor (CPI) preliminar da Alemanha subir 0,3% entre julho e agosto, como esperado. Por volta das 09h10 (de Brasília), o juro do Bund alemão para 10 anos caía a 1,471%, o do OAT francês de mesmo prazo cedia a 2,092% e o do BTP italiano para uma década tinha queda a 3,755%.
Já o euro se fortaleceu ante o dólar, em meio a expectativas de alta de juros pelo BCE em 8 de setembro e após o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, cair de 98,9 pontos em julho para 97,6 pontos em agosto, tocando o menor patamar em 18 meses, em meio à inflação recorde e a perspectiva de recessão no bloco. A leitura de julho foi ligeiramente revisada para baixo, de 99 originalmente. O resultado de agosto ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda do indicador a 97,9 pontos.
Entre as matérias-primas, os preços do barril de petróleo exibiam perdas entre 2,9% e 3% há pouco e o minério de ferro caiu abaixo de US$ 100 nesta terça-feira nas Bolsas de Dalian e Cingapura. O contrato negociado para janeiro em Dalian, na China, teve queda de 5,01%, a 682 yuans, o equivalente a US$ 98,77 a tonelada, informou um operador. É a primeira vez em cinco semanas que a commodity cai abaixo de US$ 100. Operadores explicam que os temores de recessão global e novas restrições na China devido a casos de covid-19 pesaram no setor.
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Às 9h38, o dólar à vista tinha viés de alta de 0,10%, a R$ 5,0390, ante mínima a R$ 5,0110. O dólar setembro subia 0,14%, a R$ 5,0405, ante mínima a R$ 5,0120.