Veja como está a cotação do dólar hoje. (Foto: Adobe Stock)
O dólar hoje sobe nesta terça-feira (19) após dados mostrarem um aumento nas construções de moradia nos EUA acima do esperado. O número pode indicar uma economia americana ainda aquecida, diminuindo as expectativas de corte de juros pelo banco central dos EUA, o que valoriza a moeda local. O mercado também aguarda os próximos passos das decisões geopolíticas da guerra da Ucrânia. O fator segue no radar após a reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com líderes europeus em Washington.
Por volta das 1oh15, o dólar subia 0,89% a R$ 5,48. Investidores acompanham os desdobramentos das conversas em torno de um cessar-fogo na guerra entre Ucrânia e Rússia.
Trump afirmou na Truth Social que teve uma “reunião ótima” com Zelensky e líderes europeus e que iniciou os preparativos para um encontro entre os presidentes ucraniano e russo (Vladimir Putin), com possibilidade de uma reunião trilateral, incluindo ele próprio.
Trump disse ter ligado para Putin após as reuniões e afirmou que foram discutidas garantias de segurança para a Ucrânia, coordenadas pelos EUA com apoio de países europeus. Segundo ele, “todos estão muito felizes com a possibilidade de paz entre Rússia e Ucrânia”.
A Ucrânia pretende propor aos EUA a compra de US$ 100 bilhões em armas financiadas pela Europa e um acordo de US$ 50 bilhões para produção de drones com empresas ucranianas como parte de um plano para garantir sua segurança após um possível acordo de paz com a Rússia.
Zelensky disse que ainda não há data marcada para um possível encontro com o presidente russo, mas o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, disse que pode ocorrer dentro de duas semanas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou a importância da reunião na Casa Branca, reforçando o compromisso conjunto com a segurança da Ucrânia e a paz na Europa.
Diante deste cenário, o petróleocai mais de 1% com a expectativa de possível alívio nas sanções contra a Rússia.
Guerra comercial e agenda econômica desta terça
No comércio, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro respondeu oficialmente os Estados Unidos rejeitando acusações de práticas comerciais desleais e reafirmando que a Organização Mundial do Comércio (OMC) é o foro adequado para resolver disputas.
A agenda traz o discurso da vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Michelle Bowman, em evento pré-Jackson Hole. No Brasil, há previsão da presença do vice-presidente Geraldo Alckmin na Conferência Anual do Santander nesta terça-feira (19).
Ontem, o dólar à vista subiu 0,67%, cotado a R$ 5,4344, refletindo ajustes após acumular perdas de 12,07% ante o real no ano e queda de 2,97% em agosto em meio à valorização global da divisa americana em razão das incertezas geopolíticas.
Declarações “hawkish” (conservadoras) do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, ajudaram ainda a pressionar os juros futuros no Brasil ao reduzir as apostas do mercado em cortes da taxa Selic ainda este ano e podem refletir no dólar hoje.