O dólar oscilou entre perdas e ganhos expressivos e acabou encerrando as operações no mercado à vista com apenas modesta alta nesta terça-feira, conforme a moeda manteve sua consolidação no exterior um dia antes de o banco central norte-americano emitir nova sinalização de política monetária.
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O dólar subiu 0,11%, a 4,81 reais. Ainda pela manhã, a cotação foi à mínima do dia –de 4,776 reais, queda de 0,66%– antes de subir para 4,855 reais, alta de 0,99%, na máxima.
O real negociou alinhado com um índice de moedas emergentes calculado pelo JPMorgan, que subia 0,1% no fim da tarde.
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O mercado de moedas sentiu mais cedo o mau humor importado das bolsas de valores de Nova York –onde o Nasdaq chegou a cair 3,8%. Mas ao longo da tarde o sinal de preço melhorou e, embora ainda tenha fechado em queda, o índice de tecnologia reduziu as perdas para 2,35%, enquanto o Dow Jones fechou em alta de 0,15% após cair 1,6% no pior momento.
“Os ‘drivers’ externos é que têm guiado a taxa de câmbio brasileira nesse período recente”, disse Rodolfo Margato, economista da XP. “Houve o movimento de piora do câmbio local, que saiu de 4,62 reais por dólar para cima de 5 reais, mas tem havido uma devolução parcial disso: o dólar cedeu lá fora e também tivemos descompressão nas taxas de juros dos EUA de dez anos”, acrescentou.
O índice do dólar frente a uma cesta de moedas (DXY) caía 0,36% nesta terça-feira, acelerando a queda desde as máximas em 20 anos tocadas 11 dias atrás para 3,1%. E o juro implícito no título público norte-americano de dez anos –uma referência para quanto o governo dos EUA paga a investidores por um investimento nesse prazo– caiu de 3,20% duas semanas atrás para 2,76%.
O mercado aguarda agora a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA), ocorrida em 3 e 4 de maio e que resultou em aumento de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros pelo Fed, maior alta em 22 anos. Investidores buscam sinalizações sobre os próximos aumentos de juros, o ritmo e os planos para o balanço do Fed, num momento em que os mercados sentem o peso do aperto da política monetária.
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“A visão de curto prazo é de volatilidade para o câmbio, e vemos o dólar entre 4,60 reais e 5 reais. Esse intervalo nos parece mais provável do que taxas acima de 5 reais”, disse Margato, da XP.
As incertezas até o fim do ano –incluindo a eleitoral–, contudo, levam a XP a prever dólar de 5 reais ao fim do ano. “O cenário de juros mais altos na cena global limita o fortalecimento da paridade, mas aquele cenário de 5,50 reais, 5,60 reais, 5,70 reais que a gente observava na virada do ano, isso na nossa leitura está bastante distante também. Precisaria de um choque negativo adicional para gente ver o câmbio (dólar) escalando”, finalizou.