O dólar rondava a casa de 5,54 reais nesta quinta-feira (9), após o Banco Central do Brasil elevar os juros básicos em 1,50 ponto percentual pela segunda vez consecutiva e sinalizar aumento na mesma magnitude em sua próxima reunião de política monetária.
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Embora isso seja visto como positivo para a moeda brasileira, investidores avaliavam que havia espaço limitado para perdas do dólar nesta quinta, uma vez que a divisa já vem de duas sessões consecutivas de forte baixa.
Além disso, no exterior, o dólar tinha força generalizada neste pregão, avançando 0,2% contra uma cesta de rivais fortes. Rand sul-africano, divisa emergente par do real, perdia mais de 1%, enquanto o peso mexicano caía 0,5%.
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Às 10h22 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,19%, a 5,5467 reais na venda, após chegar a tocar 5,5181 reais na mínima do dia, queda de 0,33%.
O contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a 5,5725 reais.
Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, disse à Reuters que a varição comedida no mercado de câmbio doméstico em meio à ampla força da divisa no exterior é reflexo de um “Copom mais ‘hawkish’ (duro com a inflação) no discurso, praticamente contratando alta de 150 pontos-base nos juros para a próxima reunião”.
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do BC subiu a Selic em 1,50 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, a 9,25%. A decisão veio em linha com a expectativa de consenso do mercado, mas havia alguma incerteza sobre quais seriam as indicações da autarquia sobre seus próximos encontros de definição de juros.
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Indícios recentes de desaceleração da atividade econômica brasileira haviam alimentado apostas de que o Bacen indicaria desaceleração do ritmo de aperto monetário, mas a autarquia sinalizou no comunicado manutenção da dose de 1,50 ponto para a próxima reunião do Copom.
Em nota a clientes divulgada na noite de quarta-feira, o Citi disse acreditar que “o real deve continuar a se sair bem” após a decisão de política monetária do BC, apoiado pelo “carry” (retorno obtido por meio de diferencial de juros entre determinado país e outras economias) mais alto.
Weigt, do Travelex, também citou alívio na frente fiscal doméstica como um fator de suporte para o real, uma vez que a promulgação dos trechos da PEC dos Precatórios em que há consenso entre Câmara e Senado forneceu previsibilidade aos mercados sobre como o governo financiará o programa Auxílio Brasil.
Na quarta-feira, a moeda norte-americana spot registrou queda de 1,49%, a 5,5364 reais na venda, depois de já ter caído 1,27% na terça.
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