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Dólar tem maior alta desde outubro, após flertar com suporte técnico

Investidores aproveitaram para realizar lucros após baixas ao longo da semana

  • Para alguns operadores, a fala do ministro Paulo Guedes esta semana sinalizou que corte de custos não é prioridade

(Reuters) – O dólar saltou mais de 1% ante o real nesta sexta-feira (20), na maior valorização diária em mais de três semanas, com investidores aproveitando para realizar lucros após baixas ao longo da semana.

O dólar à vista fechou em alta de 1,39%, a R$ 5,387 na venda. A moeda bateu a mínima do dia (R$ 5,2855, queda de 0,52%) logo no começo do pregão e ganhou força até alcançar a máxima no começo da tarde (R$ 5,3928, alta de 1,50%). O ganho desta sexta é o maior desde 28 de outubro, quando a cotação saltou 1,42%. Na quinta, o dólar havia fechado em R$ 5,3131, mínima em mais de dois meses.

Um clima ainda instável no exterior, em meio a temores sobre disparada de casos de covid-19 nos Estados Unidos e redução de recursos para empréstimos emergenciais do banco central norte-americano, corroborou o ajuste doméstico, num contexto em que o mercado segue preocupado com o rumo fiscal do Brasil.

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As compras aceleraram neste pregão depois de na véspera o dólar ter ameaçado tocar a média móvel de 200 dias (atualmente por volta de R$ 5,2719) pela primeira vez desde o começo de janeiro. Um rompimento consistente dessa linha de suporte poderia deflagrar mais vendas, derrubando o preço da divisa norte-americana.

Guedes

Alguns operadores citaram fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, feita na véspera, como catalisador da realização de lucros no câmbio. Em evento na noite de quinta, Guedes disse que uma forma de reduzir a dívida pública é por meio de venda de ativos, privatizações, desalavancagem de bancos públicos e até venda de reservas internacionais. Uma leitura das palavras do ministro é que corte de gastos – a principal demanda do mercado – estaria para baixo na lista de prioridades.

Rogério Braga, sócio e gestor dos fundos multimercado/renda fixa na Quantitas Gestão de Recursos, entende que a discussão sobre corte de gastos está em curso, mas que o momento eleitoral acaba desestimulando o tratamento em público dessa questão. “O mercado tinha melhorado bem, faltou notícia hoje, ficamos meio nesse limbo”, disse, explicando a correção do dólar nesta sexta, com operadores evitando exposição ao longo do fim de semana.

Na semana, o dólar ainda fechou em queda de 1,61% (até a véspera caía 2,96%). Em novembro, a moeda recua 6,12%, mas ainda salta 34,24% em 2020.

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