(Reuters) – O dólar fechou em forte queda contra o real nesta quarta-feira, refletindo o alívio de temores sobre um aperto monetário mais cedo do que o esperado pelo Federal Reserve e uma recepção positiva dos investidores às alterações nas propostas de tributação do governo brasileiro.
O dólar à vista recuou 1,87%, a 5,0855 reais. Essa é sua desvalorização diária mais acentuada desde 31 de março de 2020, quando caiu 2,23%.
O contrato mais líquido de dólar futuro, negociado na B3, tinha queda de 1,69%, a 5,087 reais.
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Esse movimento veio em linha com o desempenho da moeda norte-americana no exterior. O índice do dólar perdia quase 0,5% nesta quarta-feira, enquanto peso mexicano, lira turca e rand sul-africano apresentaram fortes ganhos.
O chair do Federal Reserve, Jerome Powell, disse mais cedo que a política monetária dos Estados Unidos oferecerá “apoio poderoso” à economia “até que a recuperação esteja completa”, e descreveu o recente salto da inflação norte-americana como temporário.
“Isso gerou bastante euforia nos mercados, então vimos o dólar caindo bastante contra várias moedas emergentes”, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.
A sinalização mais “dovish”, ou tolerante com a alta dos preços, tende a fornecer apoio para moedas arriscadas, uma vez que estimula o redirecionamento de recursos estrangeiros para países de juros mais altos.
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Ao mesmo tempo em que há perspectiva de manutenção dos juros baixos nos EUA, pelo menos por ora, “temos a perspectiva de uma taxa Selic mais alta no Brasil, o que deve continuar estimulando entrada de recursos aqui”, acrescentou Nagem.
Em sua última reunião de política monetária, o BC promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, a 4,25%, e indicou que vai anunciar aumento da mesma magnitude, pelo menos, em sua próxima reunião.
Enquanto isso, os investidores comemoraram nesta quarta-feira a notícia da véspera de que o parecer da reforma do Imposto de Renda (IR) prevê redução na tributação das empresas.
“Estamos vendo avanços na reforma tributária, com ajustes positivos para a economia, apesar da taxação de dividendos”, explicou Paloma Brum, economista da Toro Investimentos. “Esses ajustes podem reduzir a carga do Imposto de Renda sobre pessoa jurídica.”
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