(Reuters) – As vendas apareceram com força no mercado de câmbio brasileiro e derrubaram o dólar abaixo de 5,17 reais, num movimento importado do exterior, onde a moeda passou a perder força enquanto Wall Street tocava novos recordes.
O mercado local de forma geral seguia instável e bastante influenciado por fluxos pontuais, enquanto investidores evitavam grandes apostas antes do anúncio da avaliação de política monetária nos Estados Unidos, na quarta-feira.
Nesta segunda, dados mais fracos de vendas de novas moradias nos EUA deram argumento para recentes preocupações sobre o ritmo da economia norte-americana, o que em última instância poderia esfriar no Federal Reserve debates sobre futura redução de estímulos.
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Às 11h53, o dólar à vista caía 0,77%, a 5,1698 reais. Na mínima, foi a 5,1638 reais (-0,89%), após subir a 5,231 reais (+0,40%) na máxima.
Lá fora, o dólar saiu de variações comedidas no começo da manhã para queda de 0,4% ante uma cesta de rivais, passando a perder terreno também contra divisas emergentes.
O dólar subiu no mundo nas últimas semanas em meio à aversão a risco por uma combinação de renovados temores sobre a Covid-19 e dúvidas sobre como o Fed lidaria com o quebra-cabeça formado por risco negativo à economia e de alta para a inflação.
A decisão do Fed é na quarta-feira, e posteriormente as atenções do mercado vão se voltar para o desfecho do Copom uma semana depois.
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No fim da semana passada, os mercados de câmbio e de ações no Brasil sentiram o baque observado nos contratos de DI, que dispararam em meio a dúvidas sobre como o Banco Central reagirá a evidências de inflação persistentemente elevada, num momento em que outros mercados emergentes promovem fortes altas de juros tendo como pano de fundo incertezas sobre o Fed.
Por ora, a aposta do Morgan Stanley é que o dólar se mantenha acima de 5 reais no curto prazo, mas com a moeda brasileira não sendo uma opção de venda relevante.
“Um BC mais proativo provavelmente conteria parcialmente uma alta do dólar/real”, disseram estrategistas do banco em nota, na qual recomendaram venda de puts (opções de venda) de dólar/real com delta (uma medida de sensibilidade da opção) 25 e preço de exercício de 5,00 reais por dólar.