Dólar segue como a moeda mais demandada por brasileiros, enquanto o canadense ganha espaço com viagens e intercâmbios no radar (Foto: Adobe Stock)
O dólarnorte-americano manteve, pelo 14º mês consecutivo, a liderança como a moeda mais procurada por pessoas físicas no Brasil, segundo levantamento da Travelex Confidence, especializada em câmbio. O ranking comparou o volume negociado entre novembro e outubro deste ano.
Apesar de permanecer isolado no topo do ranking da Travelex Confidence, a divisa registrou queda de 5% na demanda em novembro na comparação com outubro. O movimento foi semelhante ao observado em quatro das cinco moedas mais transacionadas no período, com exceção do dólar canadense, que se destacou pelo avanço na procura.
A moeda do Canadá ocupou a quarta posição no ranking após registrar alta de 12% na demanda mensal e um crescimento expressivo de 36% em relação a novembro de 2024. Para Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence, o desempenho reflete uma combinação de fatores sazonais e econômicos.
“O Canadá é um dos destinos mais procurados nesta época do ano, especialmente pelo turismo de inverno, com suas paisagens nevadas e atrações sazonais. Novembro também é estratégico para a compra de viagens e cursos de intercâmbio, segmento em que o país tem grande apelo entre brasileiros”, explica, reforçando que o dólar canadense ainda se mostra uma opção relativamente mais acessível em comparação com o dólar americano, ao euro e à libra esterlina.
O euro, que aparece na segunda colocação, apresentou recuo de 27% na comparação mensal, embora ainda acumule alta de 17% frente a novembro de 2024. A libra esterlina, terceira no ranking, teve queda de 8% em relação a outubro. Já o iene japonês, que ocupa a quinta posição pelo terceiro mês consecutivo, registrou retração de 23% na demanda mensal.
Segundo Arbex, a permanência do iene entre as cinco moedas mais buscadas — posição que costuma alternar entre o dólar australiano e o peso mexicano — reflete o aumento do interesse dos brasileiros por viagens ao Japão durante o outono no Hemisfério Norte.
“Os meses de setembro a novembro são especialmente atrativos para conhecer o Japão, com clima mais ameno e paisagens marcantes. A isenção recíproca de visto para turismo entre Brasil e Japão também facilita o planejamento das viagens”, conclui.
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Veja o ranking completo a seguir:
Volume de transferências internacionais
No segmento de transferências internacionais, o levantamento revelou um salto expressivo de 1.288% na movimentação do dólar australiano (AUD) em novembro, na comparação com o mês anterior. Embora tenha representado apenas 4% do volume total transferido no período, a moeda oficial da Austrália registrou o segundo maior ticket médio entre as divisas analisadas.
O dólar americano seguiu liderando as transferências, concentrando 48% do volume movimentado em novembro, seguido pelo euro, com 40%. Na terceira posição, o dólar canadense respondeu por 6% das operações, enquanto o dólar neozelandês (NZD) apareceu na quinta colocação, com 2% de participação.
Segundo Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence, o avanço do dólar australiano está diretamente ligado ao calendário acadêmico do país. “A Austrália é um destino muito procurado por brasileiros que buscam vistos de estudante e oportunidades de trabalho parcial. Novembro costuma coincidir com o período de summer intake, quando instituições de ensino realizam admissões e os estudantes precisam pagar taxas administrativas e de matrícula”, explica.
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Entre os principais corredores de envio de recursos, os Estados Unidos lideraram com 42% das transferências, seguidos pelo Reino Unido (14%) e Portugal (13%). No fluxo inverso — de recursos enviados ao Brasil — os EUA também ocuparam a primeira posição, com 60% do total, enquanto Canadá (15%) e Itália (10%) completaram o ranking dos principais países de origem das remessas.