A Moody’s elevou nesta segunda-feira (19) o rating de crédito básica (BCA), avaliação que mostra o risco de crédito de uma empresa, da Eletrobras (ELET3; ELET6) de ba3 para ba2, seus Ratings Corporativos de Longo Prazo (CFR) e a classificação da dívida sênior sem garantia em moeda estrangeira de Ba2 para Ba1. A perspectiva permanece estável.
A elevação, segundo a agência de classificação de risco, reflete as evidências de que a Eletrobras “continua a progredir de forma sustentável” em sua estratégia corporativa para aumentar a lucratividade.
Considera também a recente resolução das negociações pendentes com o governo em torno de disputas decorrentes da privatização, juntamente com a visão da Moody’s de que a Eletrobras manterá ampla liquidez para suportar investimentos, mesmo na ausência de necessidades significativas de refinanciamento nos próximos três a cinco anos.
Como emissora relacionada ao governo, o Rating Corporativo Ba1 da Eletrobras leva em consideração a aplicação da Análise Conjunta de Inadimplência da Moody’s. Essa estrutura incorpora o BCA elevado de ba1 para ba2, medida do risco de crédito individual da empresa, além da premissa inalterada de alto grau de dependência de inadimplência entre a empresa e o governo, e a visão de probabilidade moderada de suporte governamental extraordinário em caso de necessidade da empresa.
Ainda segundo a agência, o CFR ba1 está um nível acima do BCA ba2 da Eletrobras, refletindo a expectativa de suporte extraordinário da União, em caso de necessidade, devido à sua alta participação indireta (45,7% das ações ordinárias), combinada com a relevância da concessionária como a principal empresa de energia elétrica do Brasil.
“Esperamos que a Eletrobras mantenha uma gestão prudente de liquidez no futuro próximo, em linha com o histórico da empresa no último ano”, ressalta a Moody’s no relatório.
Considerando que Eletrobras possuía R$ 30,3 bilhões em caixa e equivalentes em março de 2025, a monetização esperada de R$ 639 milhões em recebíveis de debêntures e R$ 3 bilhões com a venda de ativos térmicos em 2025, a Moody’s acredita que a empresa terá “reservas suficientes” para operar por um período de 24 meses sem a necessidade de acessar o mercado de dívida, exceto para gestão oportunista de passivos.
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A Eletrobras emitiu mais de R$ 30 bilhões em 2024, aproveitando spreads mais baixos para estender o perfil de vencimento da dívida e reduzir o custo total da dívida. Dessa forma, o spread sobre a taxa interbancária que a empresa paga sobre sua dívida atualmente é de apenas 0,1%, sem vencimentos significativos nos próximos cinco anos, destaca a agência.